Dados do Trabalho
Título
PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA TÊM PIOR PROGNÓSTICO EM TERAPIA INTENSIVA ?
Introdução e/ou Fundamento
Insuficiência cardíaca crônica é uma doença de alta prevalência na população idosa em nosso país. A presença da doença infere maiores custos assistenciais e pior prognóstico nos pacientes por ela acometidos. Entretanto, ainda existem poucos dados sobre o prognóstico desta doença durante a internação em terapia intensiva.
Objetivo
Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre pacientes portadores ou não de insuficiência cardíaca crônica (ICC) internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.
Materiais e Métodos
Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a dezembro de 2023. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = portadores de ICC e G.II = não-portadores de ICC).
Resultados
Nossa amostra foi composta por 517 pacientes, sendo 45 portadores de ICC (8,7%). Não houve diferença significativa entre os grupos em relação ao sexo (mulheres = 53,3 x 48,1% p = 0,535). A idade foi significativamente maior no G.I (68,1±15,4 x 60,1±15,4 anos p = 0,001). Em relação a comorbidades, observamos que hipertensão arterial sistêmica (73,3 x 53,2% p = 0,012), diabetes mellitus (46,7 x 26,5% p = 0,008), doença arterial coronariana crônica (13,3 x 4,9% p = 0,032), fibrilação atrial crônica (20,0 x 1,7% p = 0,000001) e doença renal crônica (20 x 5,7% p = 0,002) foram mais prevalentes no G.I. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, delirium, insuficiência respiratória aguda, choque, tempo de internação em UTI (9,0±8,9 x 8,5±14,6 dias p = 0,703) e mortalidade (15,6 x 19,1% p = 0,691), assim como no saps3 (50,8±15,8 x 52,0±18,0 p = 0,642).
Conclusões
Observamos maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, doença arterial coronariana crônica, fibrilação atrial crônica e doença renal crônica no G.I. Embora a idade do G.I tenha sido significativamente maior, não houve diferença na ocorrência de complicações em terapia intensiva, tempo de internação em terapia intensiva e/ou mortalidade entre os grupos.
Palavras Chave
medicina intensiva
Área
Epidemiologia
Categoria
Pesquisador
Instituições
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Aureo Carmo Filho, Augusto Oliveira Peres, Natalie Naomi Yamashita, Anna Gabriella Wiggin Moraes, Ana Raquel Mendes Brito, Camila Rigotti Oliveira, Nicole Mansour Barroso, Rogerio Gomes Fleury