41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Abordagem Cardiológica no Transplante de Medula Óssea: Otimização e Estratégias Personalizadas na Insuficiência Cardíaca

Introdução e/ou Fundamento

A Insuficiência Cardíaca (IC) representa uma considerável preocupação clínica na avaliação de pacientes candidatos a transplante de medula óssea (TMO). Este artigo destaca o caso de um indivíduo de 55 anos, com diagnóstico de mieloma múltiplo, cuja evolução clínica delineou de maneira marcante os desafios e a importância da avaliação cardiológica prévia ao TMO. 

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente masculino, 55 anos, sem comorbidades, com histórico familiar positivo para Cardiopatia Dilatada. Em 2012, foi diagnosticado com plasmocitoma na coluna lombar. Submeteu-se a cirurgia e radioterapia, com controle da doença. Evoluiu, em 2022, com progressão para mieloma, iniciando terapia com Ciclofosfamida, Bortezomib e Dexametasona. Após a terapia, foi optado por realizar transplante de medula óssea, o que motivou a avaliação cardiológica pré-transplante. Durante a consulta, apresentava edema nos membros inferiores e dispneia aos médios esforços. O ecocardiograma revelou disfunção sistólica grave do ventrículo esquerdo. Realizou cateterismo cardíaco, não evidenciando doença coronariana. Diante do quadro, foi iniciado tratamento para insuficiência cardíaca, incluindo Sacubitril-Valsartana, beta-bloqueador e Espironolactona. Após discussão interdisciplinar, foi autorizado o procedimento de TMO, ponderando a administração fracionada dos agentes, ajustando a dosagem e a velocidade de infusão. Foi submetido ao transplante sem descompensação da insuficiência cardíaca e permanece assintomático desde então. 

Discussão

A consideração de estratégias modificadas de infusão durante o TMO surge como uma abordagem promissora para reduzir a carga de cardiotoxicidade. A administração fracionada desses fármacos, com ajustes precisos na dosagem e na velocidade de infusão é capaz de minimizar o impacto adverso no sistema cardiovascular. Torna-se necessária a avaliação pré TMO de forma a diagnosticar os casos em que há necessidade de personalização da terapia. No âmbito da insuficiência cardíaca, reconhecer os pilares da terapia medicamentosa torna-se imperativo na compensação clínica do paciente, controlando sintomas e desempenhando um papel crucial na preservação da função cardíaca. Dentro desse contexto, a colaboração estreita multidisciplinar, integrando estratégias de infusão otimizadas com uma abordagem abrangente de terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca, visa maximizar os benefícios terapêuticos, ao mesmo tempo em que se minimizam os riscos cardiovasculares inerentes a esses tratamentos. 

Área

Cardio-oncologia

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Curso de Pós-Graduação em Insuficiência Cardíaca SBC/INC - Rio de Janeiro - Brasil, Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Fernanda Nascimento Dourado, Milena Rego Dos Santos, Matheus Burigo Oliveira, Aurora Felice Castro Issa, Tatiana Abelin Saldanha Marinho