Dados do Trabalho
Título
Tempo de internação em terapia intensiva X ocorrência de eventos adversos com cateteres venosos centrais de curta permanência: estudo transversal
Introdução e/ou Fundamento
No contexto de cuidado ao paciente hospitalizado, destaca-se aquele prestado dento de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde há grande complexidade em relação a pacientes e procedimentos. Neste ambiente comumente utiliza-se o cateter venoso central a fim de ofertar os medicamentos prescritos. A utilização deste dispositivo, apesar de trazer benefícios terapêuticos, também pode expor o paciente a diversos riscos e eventos adversos associados.
Objetivo
Identificar os eventos adversos relacionados a cateteres venosos centrais puncionados em duas unidades de terapia intensiva de um hospital geral do Rio de Janeiro; Analisar a associação entre os eventos adversos ocorridos e o tempo de internação em terapia intensiva.
Materiais e Métodos
O estudo do tipo quantitativo, documental, transversal, retrospectivo de acordo com as recomendações do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology. O cenário do estudo foram duas unidades intensivas, de um hospital geral situado no estado do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu após aprovação no comitê de ética e pesquisa (CAAE: 53800021.0.0000.5256). Foram analisados os eventos adversos oriundos dos cateteres venosos centrais de curta permanência, puncionados no cenário de estudo entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. Foram selecionados 158 participantes para o estudo, que geraram 248 cateteres venosos centrais para análise.
Resultados
O principal evento adverso identificado foi infecção de corrente sanguínea (25,46%), tendo como principal agente a Kleibsiella pneumoniae carbapenase. Ocorreu forte associação entre tempo de internação na terapia intensiva (p valor <0,001) e a ocorrência de evento adverso. O tempo médio de dias na terapia intensiva foi de 22,49. Em 2019 (período pré-pandemia), cada dia de internação aumentou a chance de evento adverso associado a cateter em 9.6%, já em 2020 (pandemia) cada dia aumentou em 22.2%.
Conclusões
O principal evento adverso encontrado relaciona-se à manutenção do cateter. Foi comprovado que quanto mais tempo o paciente permanece na unidade de terapia intensiva, mais está exposto a ocorrência de eventos adversos relacionados a cateter venoso central. A diferença entre o período pré-pandemia e o de pandemia mostrou-se expressiva, o que pode ser explicado pela mudança nas dinâmicas dos serviços, além de utilização de mão de obra vindas de outros setores e práticas.
Palavras Chave
terapia intensiva; Dispositivos médicos; Evento adverso; Segurança do paciente
Área
Enfermagem
Instituições
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Juliana Gerhardt Soares Fortunato, Suelen Pessata Ferraz, Flavia Giron Camerini, Danielle Mendonça Henrique, Cíntia Silva Fassarella, Kissyla HArley Della Pascoa França, Nayana Messina, Luiza Alcantara de Oliveira