41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

OBESIDADE E MICROBIOTA INTESTINAL: EFEITO DA QUALIDADE DO SONO NO CONTROLE GLICÊMICO, CONSUMO DE ENERGIA TOTAL E NA ALFA-DIVERSIDADE DE FILO E GÊNERO

Introdução e/ou Fundamento

A qualidade prejudicada do sono tem sido relatada como fator de risco para o ganho de peso corporal, por possivelmente alterar a secreção de hormônios de fome e saciedade elevando o consumo alimentar e desajustes glicêmicos. Ademais, modificação no ritmo circadiano envolvendo mudanças no consumo e no sono podem repercutir na composição da microbiota intestinal (MI), porém são raros os estudos analisando os indicadores supracitados na obesidade.  

Objetivo

Investigar o efeito da qualidade do sono na glicemia, no consumo total de energia e na alfa-diversidade da MI de mulheres com obesidade.  

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo piloto observacional que incluiu mulheres com obesidade graus 1 e 2. Para a análise do sono, foi aplicado o Índice da qualidade do sono de Pittsburgh-PSQI. e classificado como: “bom” de 0 a 4 pontos, “ruim” de 5 a 10 pontos e “distúrbio do sono” >10 pontos. Foi coletada amostra de sangue (jejum de 12 horas) para verificação da glicemia e insulina, posteriormente foi estimado os valores de HOMA-IR e HOMA-beta. O consumo total de energia foi verificado através de registro dietético de três dias (dois dias típicos e um atípico) e calculado pelo software DietPro Clínico®6.1. As amostras de fezes foram coletadas com o kit contendo um swab, frasco coletor e dispositivo para a coleta (ColOff). Após, realizou-se a extração de DNA e o sequenciamento do gene 16S rRNA. A análise estatística para verificação dos indicadores de alfa-diversidade (Riqueza; PE; H; S; InvS; UnbS) da MI foi conduzida no software R versão 4.2.1 e as comparações entre os grupos segundo a qualidade do sono SPSS, versão 22.0, considerando o p<0,05.  

Resultados

Foram dezoito mulheres com obesidade analisadas e destas, cinco apresentaram boa qualidade do sono, enquanto oito qualidade ruim e cinco distúrbio do sono segundo o PSQI. Não foi encontrada diferença significativa entre os indicadores relacionados ao controle glicêmico, consumo total de energia e da alfa-diversidade da MI entre os diferentes grupos conforme a qualidade do sono.  

Conclusões

O estudo mostra que a qualidade do sono não interferiu na glicemia, consumo de energia e na alfa-diversidade da MI na obesidade. Apesar de haver relatos de que a qualidade ruim e o distúrbio do sono possam afetar os indicadores supracitados, por interferirem na secreção de hormônios de fome e saciedade. O presente estudo traz o insight de que as investigações devem ser continuadas incluindo análises da MI.  

Palavras Chave

Microbiota intestinal; sono; glicemia; obesidade.

Área

Nutrição

Instituições

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Lorena dos Santos de Oliveira Camara, Joana Hartmann Guimarães, Anna Karolina da Silva de Andrade Ribeiro, Thais da Silva Lima, Vivian Coimbra, Leysimar de Oliveira Siais, Érika Duarte Grangeiro, Eliane Lopes Rosado