Dados do Trabalho
Título
Associação da resistência à insulina com hemodinâmica central, rigidez arterial e biomarcadores metabólicos em pacientes com obesidade não-diabéticos
Introdução e/ou Fundamento
A resistência à insulina (RI) pode permanecer um longo período sem diagnóstico, representando um fator de risco para obesidade, hipertensão arterial, síndrome metabólica, diabete melito tipo 2, contribuindo para o desenvolvimento de doença cardiovascular.
Objetivo
Avaliar a associação da resistência à insulina com parâmetros hemodinâmicos centrais, de rigidez arterial e biomarcadores metabólicos em pacientes com obesidade não-diabéticos.
Materiais e Métodos
Estudo transversal com pacientes de ambos os sexos, com idade entre 40 e 70 anos e índice de massa corporal (IMC) ≥30 e <40 kg/m². Submetidos à avaliação clínica, laboratorial e da hemodinâmica central através da análise da onda de pulso por oscilometria (Mobil-O-Graph®).
Resultados
Os pacientes (n=119) foram divididos em dois grupos de acordo com o valor do HOMA-IR: grupo sem resistência à insulina (HOMA-IR<3,67, n=75) e com resisência à insulina (HOMA-IR≥3,67, n=44). Os grupos apresentaram média de idade (52±7 vs 51±6 anos, p=0,630) e IMC (33,6±2,7 vs 34,5±2,4 kg/m², p=0,061) semelhantes. O grupo com RI apresentou maiores valores de HOMA-IR (2,41±0,74 vs 5,42±1,85, p<0,001), HOMA-beta (169±137 vs 283±193, p<0,001), glicemia (83±9 vs 93±11 mg/dl, p<0,001), insulina (11,7±3,5 vs 23,8±7,9 μU/ml, p<0,001), índice aterogênico do plasma (-0,052±0,283 vs 0,080±0,257, p=0,013) e relação triglicerídeo / lipoproteína de alta densidade (TG/HDL, 2,45±1,74 vs 3,29±2,12, p=0,022). As pressões arteriais (PA) sistólica (120±14 vs 129±13 mmHg, p=0,001) e diastólica (80±9 vs 84±10 mmHg, p=0,036), e pressão de pulso (40±10 vs 45±10mmHg, p=0,013) periféricas também foram superiores no grupo com RI. De forma semelhante, a PA sistólica central (114±13 vs 119±12 mmHg, p=0,034) foi significativamente maior nos indivíduos com RI. Já na avaliação da rigidez arterial, a pressão de aumento (AP, 8,23±5,84 vs 8,34±5,44 mmHg, p=0,963) e a velocidade da onda de pulso (VOP, 7,3±0,9 vs 7,5±1,1 m/s, p=0,850) não apresentaram diferença entre os grupos, entretanto a inadequação da VOP (-0,010±0,45 vs 0,172±0,47 m/s, p=0,040) foi significativamente maior naqueles com RI. No grupo com RI foi observada diferença significativa entre as idades biológica e cronológica (3±10 vs 10±9 anos, p=0,003).
Conclusões
Nesta amostra de indivíduos com obesidade não-diabéticos, a resistência à insulina foi associada com maiores níveis pressóricos periféricos e centrais e sinais de rigidez arterial com envelhecimento vascular acelerado.
Palavras Chave
Resistência à insulina; Rigidez vascular; obesidade.
Área
Cardiologia Clínica
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Caroline Lyra Moreira, Samanta Mattos, Michelle Rabello da Cunha, Wille Oigman, Mario Fritsch Neves