Dados do Trabalho
Título
Endocardite infecciosa em paciente dialitico: relato de caso com desfecho desfavorável
Introdução e/ou Fundamento
A endocardite infecciosa (EI) é uma doença com alta morbimortalidade, e é definida como infecção da superfície endocárdica, podendo acometer qualquer estrutura cardíaca, mas com predomínio valvar. Pacientes dialiticos tem alto risco de infecção por manipulação de cateter. A conduta terapêutica é um desafio nessa população.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Paciente feminina, 33 anos, portadora de doença renal crônica, sem etiologia definida, em terapia dialítica há 6 meses, foi admitida em serviço de emergência, devido anemia grave sem exteriorização de sangramento e cateter de hemodiálise em baixo fluxo. Ao exame físico apresentava-se lúcida, orientada, hipocorada 2+/4, taquicardica e eupneica. Aparelho respiratório e cardiovascular sem alterações significativas. Porapresentar falha de acesso, com presença de trombose em múltiplos sítios inviabilizando acesso para dialise, foi implantado cateter de permicath em veia femoral, após análise por angiografia em único local possivel. Evoluiu com febre, queda do estado geral, calafrios e sopro cardíaco sistólico em foco tricúspide 3+/6, sendo diagnosticada com EI, confirmada após hemoculturas positivas para Staphylococcus Aureus e ecocardiograma transesofágico com presença de imagem móvel em face atrial da válvula tricúspide, medindo cerca de 0,5 cm. Angiotomografia para pesquisa de focos embólicos evidenciou embolização para pulmão em múltiplas topografias. Foi alocada em unidade de terapia intensiva e iniciado antibioticoterapia venosa guiada. Apresentou piora clínica gradativa. Após um período de 3 meses de internação e diversas complicações, evolui com sangramento cerebral volumoso constatado em tomografia, com prognostico reservado até o momento.
Discussão
A EI pode ser diagnosticada com o uso dos critérios modificados de Duke, baseados em achados clínicos, ecocardiográficos e microbiológicos específicos. O acometimento de valva tricúspide ocorre entre 3 a 14% de todos os caso de EI, e está bem relacionado ao uso de drogas injetáveis e implante de cateteres. O sucesso terapêutico depende da suspeição clínica e início de tratamento precoce baseado em antibioticoterapia guiada por culturas e cirurgia cardíaca quando indicada. Infelizmente a embolização séptica pode ocorrer denotando gravidade ao caso. O manuseio correto de cateteres, bem como assepsia devem seguir um padrão de excelência evitando assim desfechos dramáticos.
Palavras Chave
tricúspide;
Área
Cardiologia Clínica
Categoria
Médico Residente / Especializando
Instituições
Hospital Geral Nova Iguaçú - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Orcedy Soares Santos Filho, Ellen Fernanda Das Neves Braga, Gabrielle Assumpção Calixto, Stéphannie Freitas Miranda e Souza, Bruna Fialho De Souza Amaral, Victor Rabelo Araujo Lélis, Fábio Freitas Siquara Gonçalves