41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

INTERVENÇÃO PERCUTÂNEA EM RUPTURA DE SEPTO INTERVENTRICULAR APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO : UM RELATO DE CASO.

Introdução e/ou Fundamento

As complicações mecânicas associadas à Doença Arterial Coronariana (DAC) aguda são graves e letais. Descrevemos um caso clínico notável onde a comunicação interventricular (CIV) surgiu como uma complicação após um infarto agudo do miocárdio (IAM) de parede anterior. Discutimos a subsequente abordagem com implante de prótese percutânea bem-sucedida para o tratamento da CIV.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Feminino,71 anos, ex tabagista e hipertensa, procurou Unidade de Pronto Atendimento por angina típica tendo diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST de parede anterior sendo trombolisada após 2 horas da dor com suspensão da medicação após minutos devido à sangramento orofaríngeo. Foi admitida no Hospital Universitário após 48 horas para o cateterismo cardíaco que evidenciou ectasia em terço médio da Artéria Descendente Anterior, com fluxo TIMI 0 em distal, não foi submetida a angioplastia por suspeição de embolização distal/reperfusão após a trombólise. Transferida para a Unidade Coronariana admitida em Killip IV, necessitou de inotrópicos, vasodilatadores e oxigenoterapia em baixo fluxo, evoluindo  com deterioração clínica ao longo da internação. O ecocardiograma transtorácico evidenciou Fração de ejeção de 34% e a presença de comunicação interventricular muscular em região apical com shunt esquerdo direito, de 1,2 cm. Após ampla discussão sobre a estratégia de correção do CIV ( percutânea ou cirúrgica) (Euroscore II 9.5% e STS 15,8 %), sendo contemplados a fragilidade moderada/importante da paciente e o desejo de seus familiares,foi realizado o fechamento do CIV por abordagem percutânea após 21 dias do insulto isquêmico com implante de prótese bidisco percutâneo sem intercorrências, com alta médica 7 dias após.

Discussão

A CIV que ocorre após o IAM é uma complicação de alta morbimortalidade. É patologia com incidência rara na atual era pós trombólise. Pode ocorrer nas 24 iniciais ou de 3 a 7 dias pós IAM.O diagnóstico e o manejo terapêutico continuam sendo desafiadores mesmo em grandes centros.  As manifestações clínicas podem ser o achado de um sopro novo sinais de choque cardiogênico e hipoperfusão sistêmica. A terapêutica escolhida pela equipe multidisciplinar contemplou os aspectos anatômicos do CIV, o risco cirúrgico e o desejo da paciente. Apesar do tratamento cirúrgico continuar sendo a abordagem de escolha, tem se tornado mais frequente o fechamento percutâneo do CIV com relatos de evolução clínica favorável.

Área

Doença Coronária

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

hospital universítario pedro ernesto - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

tamires borges gonçalves, Pedro Ribeiro , Fábio dos Santos , Júlia Furtado , Lucas Albaneze