41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

CAPACIDADE FUNCIONAL DE PACIENTES EM UM PROGRAMA DE PRÉ-HABILITAÇÃO EM CIRURGIA ONCOGINECOLÓGICA

Introdução e/ou Fundamento

Pacientes oncológicos estão predispostos ao desenvolvimento de sarcopenia e a uma redução da capacidade funcional, fatos associados, por exemplo, ao aumento de complicações pós-operatórias. Assim, um programa de pré-habilitação pode preservar e melhorar a funcionalidade desses pacientes.

Objetivo

O objetivo deste estudo é analisar a capacidade funcional de pacientes com tumores ginecológicos e proposta cirúrgica.

Materiais e Métodos

No presente estudo, foram incluídas 194 mulheres com câncer ginecológico matriculadas no INCA/HCII, em 2018 e 2019, com indicação cirúrgica como primeira linha de tratamento. No programa, após a avaliação, as pacientes receberam orientações fisioterapêuticas para a realização de exercícios domiciliares e em grupo, sendo reavaliadas 4 semanas após. Os dados analisados neste estudo foram: pictograma de fadiga, manovacuometria, dinamometria (handgrip), DASI (Duke Activity Status Index) e deambulação no primeiro dia pós-operatório (1DPO). Os resultados de manovacuometria e dinamometria foram comparados com os valores preditos a partir dos parâmetros de idade, peso e altura.

Resultados

Das 194 pacientes, foi possível reavaliar 98 em 4 semanas e coletar informação sobre deambulação no 1DPO de 147. A idade média inicial das pacientes foi de 60,3 anos (±8,9 anos). Na primeira avaliação, 15% das participantes referiram muito cansaço ou cansaço extremo na semana anterior e 29,3% referiram que esse cansaço as impediam de realizar tarefas, conforme o pictograma de fadiga. A PImax foi de  -72,6cmH2O (±32,6cmH2O), enquanto o predito era de -80,8cmH2O (±5,77cmH2O). Já PEmax foi de 65,8 cmH2O (±26,0cmH2O), com predito de 78,8cmH2O (±7,22cmH2O). Na reavaliação, a PImax era de -76,9 cmH2O (±35,3 cmH2O)  e a PEmax, 70,1 cmH2O (±24,1 cmH2O). O resultado da dinamometria foi de 21,60Kgf (±7,00) na avaliação e de 21,47Kgf (±6,60) na reavaliação, tendo como predito 19,42Kgf (±6,43). Já a capacidade funcional na avaliação e na reavaliação, expressa pelo índice DASI, foi de 19,32 (±10,68) e 24,03 (±11,77). No 1DPO, das 147 pacientes avaliadas, 117 (79,6%) deambularam durante o atendimento fisioterapêutico.

Conclusões

Os resultados apontam para uma redução da capacidade pulmonar, com valores de PImáx e PEmáx que melhoraram com a intervenção, porém mantendo-se inferiores aos preditos. Contudo, observou-se a preservação e melhoria da funcionalidade das pacientes que participaram do programa de pré-habilitação.

Palavras Chave

Capacidade funcional; cirurgia oncológica; câncer ginecológico; pré-habilitação cirúrgica

Área

Fisioterapia

Instituições

Instituto Nacional de Câncer - MS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Gabrielle Silva Germano, Raquel Boechat de Moura Carvalho, Felipe Cardozo Modesto, Nadia Roberta Chaves Kappaun