Dados do Trabalho
Título
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL: UM ESTUDO DE 15 ANOS
Introdução e/ou Fundamento
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é atualmente a principal causa de morbimortalidade no Brasil e no mundo, ocorrendo principalmente na síndrome coronariana aguda (SCA). Sua causa mais comum é a ruptura da placa ateroscletórica com trombose, levando à redução ou bloqueio do fluxo sanguíneo no miocárdio. Seus principais fatores de risco são o tabagismo, hipertensão, dislipidemia, diabetes, sedentarismo e antecedentes pessoais e familiares. O quadro clínico mais comum é a dor retroesternal persistente, em aperto, irradiante para membro superior esquerdo. O eletrocardiograma (ECG) é essencial no diagnóstico, ao diferenciar os casos com e sem elevação do segmento ST, além dos marcadores bioquímicos de necrose miocárdica, em especial a troponina.
Objetivo
Identificar e comparar as mudanças nos casos de IAM em 15 anos no Brasil, por região, utilizando marcadores de internação e taxa de mortalidade (TM).
Materiais e Métodos
Foi realizado um levantamento dos dados epidemiológicos sobre o perfil de IAM, na população brasileira, analisando dados de internação e TM nos períodos de janeiro a dezembro, de 2008 e 2022, considerando a variável região e utilizando como base o Sistema de Informações Hospitalares do SUS.
Resultados
Em 2008 foram contabilizadas 62.223 internações por IAM e TM de 13,68, sendo 2.249 no Norte (3,61%, TM 12,63), 9.426 no Nordeste (15,15%, TM 14,22), 33.209 no Sudeste (53,37%, TM 13,51), 13.718 no Sul (22,05%, TM 14,07) e 3.621 no Centro-Oeste (5,82%, TM 12,95). Com relação ao ano de 2022, o Brasil contou com 162.972 internações e TM de 9,01, com 7.628 no Norte (4,68%, TM 9,32), 30.851 no Nordeste (18,93%, TM 10,68), 79.630 no Sudeste (48,86%, TM 8,85), 30.867 no Sul (18,94%, TM 8,3) e 13.996 no Centro-Oeste (8,59%, TM 7,66). Analisando os resultados das duas amostras temporais, evidencia-se o aumento de 161,92% do número de internações e uma redução de 34,14% na TM nacional, dando destaque à região Centro-Oeste com um aumento de 286,52% em internações e redução de 40,85% em TM.
Conclusões
Com base nos dados obtidos, é possível relacionar o aumento dos casos de IAM no Brasil ao estilo de vida sedentário, rico em alimentos ultraprocessados e de rápido preparo, e ao tabagismo. A redução da TM indica uma maior qualidade no manejo terapêutico destes pacientes. Portanto, recomenda-se a cessação do tabagismo, uma alimentação rica em vegetais, frutas e com menos carne vermelha, o uso de medicamentos e atividade física, conforme orientação médica.
Palavras Chave
Infarto agudo do miocárdio.; Aterosclerose; síndrome coronariana; hipertensão.; Troponina
Área
Epidemiologia
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
Unigranrio Afya - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Cecília Sayão, Henrique Sayão, Amanda Cardoso Mohamed