Dados do Trabalho

Título

Dano vascular de uma população com diferentes espectros de gravidade da hipertensão arterial

Introdução e/ou Fundamento

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta diferentes espectros de gravidade, desde a pré-hipertensão até a hipertensão resistente. A avaliação precoce do dano vascular através do índice tornozelo-braquial (ITB), medida de velocidade de onda de pulso (VOP) e dilatação mediada pelo fluxo (DMF) é capaz de avaliar precocemente o impacto da pressão arterial (PA) no risco cardiovascular (CV).

Objetivo

Analisar o dano vascular de pacientes com diferentes espectros de gravidade da HAS.

Materiais e Métodos

Estudo transversal observacional que incluiu pré-hipertensos, hipertensos e hipertensos resistentes de 20 a 65 anos em 2 centros de pesquisa: LapARC (em uma unidade da Estratégia Saúde da Família) e ProHArt (em um hospital terciário universitário), ambos no município do Rio de Janeiro. Foram registrados dados sociodemográficos, medidas antropométricas e de composição corporal (bioimpedância elétrica), pressão arterial de consultório e residencial (MRPA) e cálculo do ITB. Os participantes foram submetidos da rigidez aórtica pela VOP e de disfunção endotelial pela DMF.

Resultados

Foram incluídos 93 participantes (49,5% mulheres, idade de 44,9 ± 11,7 anos) sendo 13 pré-hipertensos, 41 hipertensos e 39 hipertensos resistentes. A obesidade abdominal foi o fator de risco mais prevalente (68,8%), sendo significativamente maior entre os hipertensos resistentes. A prevalência de dislipidemia foi de 45,2% e de diabetes 22,6%, também predominando entre os resistentes. Apesar dos níveis pressóricos mais baixos, os pré-hipertensos apresentam um risco CV aumentado, com 77% de obesos, 59% de sedentários e 45,2% de dislipidêmicos. Houve um aumento progressivo do ITB com a gravidade da hipertensão porém sem significância estatística. Um total de 25,8% dos participantes apresentou rigidez aórtica (VOP>10m/s), e a VOP aumentou de pré-hipertensos (8,1±0,1m/s), hipertensos (8,8±1,8m/s) até  hipertensos resistentes (10,4 ± 2,2 m/s) enquanto o percentual de aumento da dilatação pós-oclusão foi reduzindo significativamente no sentido oposto (hipertensão resistente: 105% [72-161], hipertensão arterial: 172% [135-208] e pré-hipertensão: 181 [69-293]).

Conclusões

O dano vascular aumenta progressivamente com a gravidade da hipertensão arterial, sendo fundamental a sua avaliação precoce incluindo os indivíduos diagnosticados com pré-hipertensão.

Palavras Chave

Hipertensão Arterial; dano vascular; Manifestações cardiovasculares