41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Valve-in-valve aórtico em paciente com falência iatrogênica precoce de bioprótese cirúrgica

Introdução e/ou Fundamento

O valve-in-valve (VIV) aórtico através de implante transcateter aórtico percutâneo (TAVI) é uma opção de tratamento em falha de prótese biológica cirúrgica em pacientes de alto risco.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Homem, 69 anos, HAS e DPOC evoluiu com dispneia. Foi diagnosticado com estenose aórtica grave (válvula tricúspide) e submetido a troca valvar cirúrgica com prótese biológica Hangcock 25mm em set/23. No pós operatório imediato foram diagnosticados dois leaks perivalvares de repercussão moderado-grave. Evolui com infecção de ferida com reabordagem para lavagem e ressutura de esterno. Em nov/23 foi realizado procedimento percutâneo com insucesso de fechamento dos leaks (leak relacionado a seio CE ocluído com plug AVP, porém na tentativa de oclusão do leak relacionado a seio NC houve lesão da lacínea e insuficiência aórtica grave) evoluindo com NYHA 3. Eco com refluxo aórtico protético grave e moderado paraprotético na comissura entre cúspides direita e não coronariana, com fluxo reverso na aorta descendente e fração de ejeção do VE de 41%. Diante da insuficiência aórtica grave, duas cirurgias em 90 dias e insucesso de tratamento percutâneo dos leaks foi optado por tratamento através de TAVI VIV. Angiotomografia de aorta revelou distância entre origem das coronárias e a prótese biológica menor que 4mm motivando proteção de óstios de coronárias com stents em “chaminé”. Em jan/24 foi realizado implante de prótese auto-expansivel Evolut Pro Plus 26mm por via transfemoral, com estímulo de “rapid pacing”. Durante o procedimento (com 80% da prótese liberada) houve oclusão de coronária direita sendo necessário implante de stent farmacológico “em chaminé” para manutenção do fluxo. Ao fim, pelo ecocardiograma, apresentava refluxo valvar e paravalvar mínimo e gradiente VE/Ao 10 mmHg, sem desposicionamento do plug e sem distúrbios de ritmo. Paciente recebeu alta em NYHA CF 1 em uso de dupla antiagregação plaquetária.

Discussão

A TAVI VIV é uma opção para o tratamento da degeneração/falha da prótese biológica cirúrgica, contemplada em consensos e em registros multicêntricos. Apresenta menor incidência de complicações nos primeiros 30 dias quando comparado a nova troca valvar cirúrgica. No caso, observamos rara falha precoce da prótese cirúrgica, agravada pelo insucesso de fechamento com plug percutâneo com lesão grave da lacínea protética. A TAVI ViV possibilitou a alta hospitalar precoce, utilizando de técnicas, como stent “em chaminé”, viabilizando o sucesso sem comprometer o acesso as coronárias.

Palavras Chave

valve-in-valve; TAVI; Leak paravalvar

Área

Cardiologia Intervencionista

Categoria

Pesquisador

Instituições

Rede Dor - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Thales Cardoso Whately, Felipe Maia, Mauricio Oliveira, Jose Fabio Almiro, Tarcisio Pascoal, Cleverson Neves Zukowski, Monica Alcântara, Andre Casarsa