Dados do Trabalho
Título
Hipertensão secundária a cardiopatia congênita: Relato de caso de coarctação de aorta
Introdução e/ou Fundamento
A coarctação de aorta é um estreitamento congênito segmentar da artéria aorta acometendo principalmente a parte proximal na região torácica, correspondendo a 7% das cardiopatias congênitas. Se não diagnosticada e tratada precocemente pode evoluir com insuficiência cardíaca no período neonatal, e mais tardiamente com hipertensão arterial sistêmica secundária, aneurismas, dissecções, coronariopatia e hemorragia intracraniana consequentes à hipertensão, piorando o prognóstico e aumentando o risco cardiovascular.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Paciente do sexo masculino, 13 anos, sem comorbidades, foi admitido em um hospital geral com quadro de pico hipertensivo, sem sintomas associados. Possui história familiar de hipertensão arterial sistêmica (HAS), com irmão diagnosticado aos 26 anos. Ao exame físico apresentava-se lúcido, corado, hidratado, eucárdico e eupneico. Pressão arterial em braço direito 220x110 mmHg, e em braço esquerdo 210x100 mmHg, e em membros inferiores 120x80 mmHg. Aparelho cardiovascular e respiratório sem alterações relevantes. Realizou exame laboratorial com função renal preservada. Eletrocardiograma em ritmo sinusal. O ecocardiograma transtorácico mostrou insuficiência aórtica leve e fração de ejeção de 73%. Doppler de artérias renais com fluxo patente em ambas as artérias com espectro de baixa resistência, sem sinais de distúrbios renovasculares agudos. A angiotomografia evidenciou presença de coarctação de aorta em região proximal com estenose significativa. O paciente manteve-se assintomático durante os dias de internação, com controle pressórico após otimização de anti-hipertensivos e foi referenciado para hospital cardiológico para realizar tratamento definitivo e seguir acompanhamento clínico.
Discussão
A coarctação de aorta leva a um aumento da pressão arterial em membros superiores, hipertrofia do ventrículo esquerdo e má perfusão de membros inferiores e órgãos vitais. Pode estar associada a outras cardiopatias congênitas como valva aórtica bicúspide ou persistência do canal arterial. A suspeita diagnóstica ocorre pela queixa de claudicação, pico hipertensivo e pelo exame físico com diferença de pressão arterial significativa entre membros superiores e inferiores, e confirmada por ecocardiograma e angiotomografia. O tratamento definitivo pode ser realizado através de cirurgia ou angioplastia com balão.
Palavras Chave
coarctação de aorta; hipertensão secundaria; cardiopatia congenita.
Área
Hipertensão Arterial, MAPA e MPAR
Categoria
Médico Residente / Especializando
Instituições
HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Stéphannie Freitas Miranda e Souza, Gabrielle Assumpção Calixto, Gleyce Anny Cavalcante Duete Alves, Victor Rabelo Araújo Lélis, Fábio Freitas Siquara Gonçalves, Bruna Fialho de Souza Amaral, Orcedy Soares Santos Filho