41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Prótese valvar: trocando um problema pelo outro.

Introdução e/ou Fundamento

A substituição de uma valva cardíaca doente por valva protética representa a troca da patologia inicial por possíveis complicações relacionadas à prótese. Estas incluem trombose de prótese, tromboembolismo, endocardite infecciosa, hemólise e disfunção da prótese.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente de 36 anos com história de troca valvar tricúspide biológica e exérese de tumor intracardíaco aderido à valva (células escamosas de sítio indeterminado) há 6 meses. Chega à emergência com queixa de febre após iniciar ciclo de quimioterapia; sendo internada para tratamento de neutropenia febril. Durante avaliação inicial, é realizado ecocardiograma transtorácico (ECOTT) que demonstrou nova massa em ventrículo direito relacionadda à prótese tricúspide. Diante disso, foi realizado ECOTT com análise 3D para melhor avaliação da massa. O exame evidenciou cavidades de tamanho normal, função sistólica biventricular preservada, prótese tricúspide normofuncionante e presença de volumosa massa com implante na interseção entre a parede livre do VD e a prótese tricúspide. A mesma se projetava da via de entrada para via de saída do VD (medidas: 5,0x2cm); sendo consideradas reincidência do tumor ou trombo como hipóteses etiológicas. Posteriormente foi realizada RM cardíaca que corroborou a impressão do ECO. O caso foi discutido entre equipe da cardiologia e oncologia, sendo optado por prova terapêutica com anticoagulação plena. A paciente apresentou redução progressiva da massa nos ECOs seguintes, assim como melhora do quadro infeccioso. Após dois meses realizou novo ECO que evidenciou o desaparecimento completo da massa. Apesar do receio de recidiva do tumor, o sucesso terapêutico confirmou que se tratava de um trombo.

Discussão

Em relação à prótese tricúspide, as biopróteses são mais utilizadas em relação as próteses mecânicas devido ao elevado risco de trombose; como no caso descrito. A trombose associada à prótese valvar pode ser obstrutiva ou não obstrutiva, assim como gerar eventos tromboembólicos. Diante de uma trombose de prótese, a decisão terapêutica leva em consideração o tamanho do trombo (>8mm) e o grau dos sintomas (NYHA). O tratamento pode ser realizado através de anticoagulação, fibrinólise ou cirurgia cardíaca, dependendo de variáveis clínicas e ecocardiográficas. Neste caso, a paciente estava assintomática, porém surpreendentemente apresentava um volumoso trombo; sendo optado por anticoagulação plena e acompanhamento regular até sua resolução.

Palavras Chave

Massa em VD; PROTESE; Trombo em ventriculo direito

Área

Ecocardiografia

Categoria

Pesquisador

Instituições

IDOR - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

LUCAS FELDMAN PAZ DE LIMA, ANA BEATRIZ MACHADO DE OLIVEIRA, ANDRE LUIZ DIAS LIMA BONFIM, BIANCA FERREIRA BRITO, ANDRE CASARSA MARQUES, RENATO KAUFMAN, MONICA LUIZA DE ALCANTARA