41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Reel em paciente portadora de marcapasso DDD-R, um relato de caso

Introdução e/ou Fundamento

A Síndrome de Reel (SR), variante da Sindrome de Twiddler(ST), caracteriza-se pela rotação transversal do gerador, provocando tração e deslocamento dos cabos-eletrodos do dispositivo cardíaco eletrônico implantável (DCEI), com maior incidência após um mês de implante, muitas vezes com cabos-eletrodos intactos. Consequências graves, como choques inapropriados, falha na identificação de arritmias fatais, síncope, bradicardia e morte súbita, destacam-se. A avaliação clínica e exames de imagem são cruciais para o diagnóstico.   

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

N.A.O, 88 anos, com hipertensão arterial sistêmica e síndrome demencial, em uso de: Losartana 50mg, Donapezila 10mg e Citalopram 20mg, apresentou bradicardia significativa (FC 40bpm) em consulta. Sem sinais de baixo débito, foi encaminhada à emergência com PA 130x80mmHg e FC 30bpm, onde o ECG revelou Bloqueio Átrio Ventricular total. O implante bem-sucedido de marcapasso DDD-R ocorreu em março de 2023 (Fig 1). Em julho de 2023, buscou atendimento médico por palpitações, ao exame, foi visto incompatibilidade no ECG devido à ausência sensorial na estimulação atrial e ventricular direita. A radiografia identificou desposicionamento, enrolamento dos cabos-eletrodos e rotação transversal do gerador (Fig 2). No mesmo mês, uma intervenção corretiva reposicionou e fixou os cabos-eletrodos. A radiografia confirmou a correta posição posteriormente e paciente recebe alta 2 dias após. 

Discussão

Complicações raras, como macrodeslocamentos em DCEI, demandam reconhecimento pelas graves consequências. A literatura diverge sobre as definições dessas síndromes, destacando duas principais: Twiddler e Reel. A ST, rara, envolve a rotação do gerador, causando deslocamento e emaranhamento dos cabos-eletrodos, com disfunção do sistema. Sua ocorrência, geralmente no primeiro ano pós-implante, associa-se a fatores de risco como sexo feminino, obesidade, história de doenças psiquiátricas, idade avançada e tecido subcutâneo frouxo. Medidas preventivas, como fixação firme dos cabos-eletrodos e criação de bolsa cirúrgica adequada, são recomendadas. Casos de recorrência são raros, mas o implante submuscular e fixação com pontos de prolene 2-0 foram adotados no caso. A movimentação anormal associada à síndrome demencial parece contribuir para o deslocamento. Estudos como este enriquecem a compreensão das síndromes, orientando práticas clínicas seguras em DCEI.

Palavras Chave

Sindrome de Reel; Sindrome de Twiddler; marcapasso DDD-R;

Área

Cirurgia Cardiovascular

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Hospital de Força Aérea do Galeão - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Guilherme Souza Policarpo, Sara Fernanda Gomes de Lima Frazão, Marcella Menezes Relvas, Ulisses Rodrigues Dias Filho, Marcello Sávio da Silva Martins, Joyce Cardoso Abecassis, Eleonora Dias Galheigo, Vanessa Carvalho Duarte