Dados do Trabalho
Título
Dor Torácica na mulher jovem – O desafio dos diagnósticos atípicos
Introdução e/ou Fundamento
A dissecção espontânea da artéria coronária (SCAD) é uma causa pouco comum de síndrome coronariana aguda (SCA). Sua prevalência é maior em mulheres jovens, principalmente gestantes, do 3º trimestre e até o 3º mês pós-parto. A fisiopatologia ainda não é completamente conhecida. Características epidemiológicas e da história clínica merecem ser reforçadas para o reconhecimento de novos casos. Este trabalho exibe um caso de SCAD e seu manejo intra-hospitalar.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Mulher, 31 anos, puérpera, com história prévia de correção de Comunicação interventricular durante a infância, é admitida no pronto socorro com dor torácica tipo A iniciada subitamente durante caminhada. Realizou Eletrocardiograma que identificou supradesnivelamento de segmento ST (SST) em parede inferior. Realizado 200 mg de AAS, nitroglicerina EV e encaminhada para angiografia. Ao exame, identificou-se dissecção proximal de artéria descendente anterior. Optou-se por terapia conservadora com analgesia, controle de duplo produto e dupla antiagregação plaquetária (DAPT). Após adequada vigilância hemodinâmica, ECG e biomarcadores seriados, na ausência de dor, recebeu alta hospitalar.
Discussão
Estima-se que a SCAD tenha maior prevalência em mulheres devido a ação do estrogênio e progesterona sobre o tecido endotelial, enfraquecendo-o e permitindo um orifício de entrada à túnica média, que culmina no acúmulo de sangue extravascular e redução luminal. Outra hipótese sugere hemorragia diretamente na túnica média pela ruptura de vasa-vasorum. Em ambos os casos, o sangue se propaga axialmente distendendo o falso lúmen e comprimindo a luz verdadeira, manifestando-se como SCA. A troponina ultrassensível é comumente positiva e a alteração eletrocardiográfica mais comum é o SST. A displasia fibromuscular, doenças do sistema conjuntivo, alterações anatômicas coronarianas e anticoncepcional oral (ACO) são fatores contribuintes para esta patologia. De forma semelhante, exercício físico extenuante, estresse emocional, uso de cocaína e anfetamina, podem desencadear a SCA. A coronariografia é o principal método o diagnóstico de SCAD, sendo muito benéfico o auxílio de IVUS ou OCT nos casos duvidosos. A conduta conservadora é preferível, e a DAPT é especialmente recomendada quando há tratamento invasivo. Deve-se atentar à friabilidade do vaso e a possibilidade de progressão da dissecção no caso de angioplastia. Após o evento, é contraindicado nova gestação, uso de ACO, reposição hormonal e tabagismo.
Palavras Chave
Dissecção coronariana; Gestação; Puepério; Mulher
Área
Doença Coronária
Categoria
Médico Residente / Especializando
Instituições
iDOR - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
BIANCA FERREIRA BRITO, ANDRE LUIZ DIAS BONFIM, ANDRE LUIZ DIAS BONFIM, ANDRE LUIZ DIAS BONFIM, RENATO KAUFMAN, RENATO KAUFMAN, RENATO KAUFMAN, ANDRE CASARSA MARQUES, ANDRE CASARSA MARQUES, ANDRE CASARSA MARQUES, FELIPE MAIA, FELIPE MAIA, FELIPE MAIA, MONICA ALCANTARA, MONICA ALCANTARA, MONICA ALCANTARA, ANA BEATRIZ MACHADO DE OLIVEIRA, ANA BEATRIZ MACHADO DE OLIVEIRA, ANA BEATRIZ MACHADO DE OLIVEIRA, LUCAS FELDMAN PAZ DE LIMA, LUCAS FELDMAN PAZ DE LIMA, LUCAS FELDMAN PAZ DE LIMA