41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Impacto da Pandemia de COVID-19 nas Cirurgias Cardíacas no Estado do Rio de Janeiro

Introdução e/ou Fundamento

No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), assegurar um acesso equitativo às cirurgias cardíacas é crucial para promover a saúde cardiovascular e reduzir disparidades. No estado do Rio de Janeiro, entre 2013 e 2022, os procedimentos cardíacos mais comuns foram revascularização miocárdica, tratamento de malformações congênitas e implante de prótese valvar. A pandemia da COVID-19, declarada pela OMS em março de 2020, teve um impacto significativo no funcionamento do sistema de saúde. Muitos hospitais e sistemas de saúde, incluindo o SUS, adiaram ou cancelaram cirurgias eletivas, incluindo as cardíacas, para alocar recursos e conter a propagação do vírus. Compreender o impacto da pandemia na saúde cardiovascular é essencial para orientar políticas de mitigação.   

Objetivo

Avaliar a série temporal do DATASUS de cirurgias cardíacas realizadas no SUS nos últimos 10 anos e determinar o impacto da pandemia no número de procedimentos realizados e seus diferentes tipos.    

Materiais e Métodos

Um estudo transversal foi conduzido utilizando dados do DATASUS. Foram analisadas informações sobre cirurgias cardíacas realizadas no estado do Rio de Janeiro entre 2013 e 2022, obtidas da plataforma DATASUS TABNET. Foram avaliados os tipos de procedimentos cirúrgicos e as Regiões de Saúde.  

Resultados

  Os anos de 2020 e 2021, períodos críticos da pandemia, registraram o menor número de cirurgias cardíacas em comparação com os anos anteriores. Em 2020, foram realizadas 2.231 cirurgias, uma redução em relação às 2.845 de 2019. Em 2021, o número diminuiu para 2.138. Contudo, em 2022, houve um aumento para 2.611 procedimentos. A média anual ao longo do período foi de 2.497 cirurgias. A redução média anual foi de 13%, representando um déficit de 625 cirurgias em 2020 e 2021 em relação à média. Em 2022, apesar do aumento, ainda persistiu um déficit de 511 cirurgias em relação à média histórica. As reduções foram observadas em todas as regiões do estado e nos diferentes tipos de cirurgias.  

Conclusões

O impacto da pandemia na realização de cirurgias cardíacas no estado do Rio de Janeiro foi expressivo. Mais de 10% dos procedimentos não foram realizados em 2020 e 2021, evidenciando a necessidade de priorizar recursos para enfrentar a emergência de saúde. A retomada gradual em 2022 sugere recuperação progressiva, mas ainda há déficit considerável em relação à média histórica. Isso destaca a importância de estratégias para superar os desafios impostos pela pandemia e restaurar a capacidade do sistema de saúde cardiovascular no estado.  

Palavras Chave

Rio de Janeiro

Área

Outros

Instituições

Health Science Education Lab - HUAP - UFF - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Brenda Ficheira Coelho Ribeiro, Luiza Meireles Teixeira, Maria Fernanda Ribeiro Mendes de Oliveira , Cláudio Tinoco Mesquita