Dados do Trabalho
Título
TAVI EM ACESSO TRANSCAROTÍDEO: ACESSO SEGURO E EFICAZ
Introdução e/ou Fundamento
O tratamento percutâneo da estenose aórtica sintomática no idoso através de implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) vem sendo cada vez mais utilizado na prática clínica, independente do risco de morbi-mortalidade cirúrgica. O acesso transfemoral é a via de eleição, sendo utilizado em pelo menos 90% dos casos de acordo com dados do TVT Registry. Em alguns cenários o acesso femoral pode ser desafiador ou proibitivo devido a fatores como: diâmetro reduzido das artérias femorais, doença aterosclerótica/calcificação proibitiva e tortuosidade excessiva. Nesse contexto, acessos alternativos são utilizados como: transapical, pela artéria subclávia/axilar, transaórtico, transcaval e transcarotídeo, como apresentamos neste caso.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Paciente de 71 anos, masculino, ex-tabagista, história pregressa de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemia, doença arterial coronariana com cirurgia de revascularização do miocárdio e doença vascular periférica e aneurisma de aorta abdominal tratada com endoprótese aorto-ilíaca. Procurou atendimento devido a cansaço aos esforços classe funcional NYHA III e episódio recente de síncope. Nos exames de investigação realizou ecocardiograma que evidenciou estenose aórtica severa com gradiente médio VE/Ao de 40 mmHg. Realizou angiotomografia de aorta como planejamento para TAVI que mostrou valva aórtica tricúspide, escore de cálcio de 2433 UA, diâmetro médio do anel valvar de 26 mm e perímetro de 83,5 mm. Doença vascular importante de artérias femorais e subclávias e endoprótrese na aorta. Diante da impossibilidade de realizar o procedimento através da via convencional, foi discutido com a cirurgia vascular e optado pelo acesso transcarotídeo à esquerda por dissecção. Realizado implante in-line de prótese aórtica auto-expansível Evolut-R 29 mm pelo acesso transcarotídeo sem intercorrências, com fechamento do acesso com sutura por visualização direta do vaso. Realizado ecocardiograma e o gradiente VE/Ao reduziu para 5 mmHg. No pós-operatório evoluiu sem complicações do sítio de acesso vascular e neurológicas com alta hospitalar 72 horas após o procedimento em classe funcional NYHA I.
Discussão
O acesso transcarotídeo tem como vantagem a proximidade com a valva aórtica e o alinhamento coaxial pela anatomia e, em centros experientes, taxas de AVC e complicações vasculares semelhantes à via transfemoral sendo uma opção segura para o implante percutâneo na impossibilidade dos acessos convencionais.
Palavras Chave
TAVI; estenose aórtica; Aceso transcarotídeo;
Área
Cardiologia Intervencionista
Categoria
Pesquisador
Instituições
HOSPITAL COPA DÓR - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
MAURICIO SALES DE OLIVEIRA, THALES CARDOSO WHATELY, CLEVERSON NEVES ZUKOWSKI, FELIPE MAIA, José Fábio Almiro, TARCISIO PACOAL