41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Como a mídia de massa tem divulgado o cigarro eletrônico? Análise do conteúdo de reportagens ao longo de 2022 a 2024.

Introdução e/ou Fundamento

Evidências científicas apontam para o tabagismo como fator de risco para doenças cardiovasculares. O uso de cigarros eletrônicos configura-se como uma nova forma de tabagismo que, gradualmente, está penetrando na sociedade e tende a piorar com a legalização do comércio como já se observa em outros países. Então, torna-se necessário estudar a veiculação midiática acerca desses dispositivos, de modo a analisar se há um conteúdo enviesado sendo exposto para a população, especialmente durante o período em que a Anvisa está em processo de revisão da RDC 46/2009.

Objetivo

Analisar dados de reportagens sobre cigarros eletrônicos, filtradas a partir de 2022, expondo a atuação da mídia na divulgação de notícias que podem estimular o uso desses dispositivos.

Materiais e Métodos

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo a partir de uma pesquisa na plataforma “Google” utilizando as palavras-chave “cigarro eletrônico” e “vape”. Foram selecionadas reportagens de mídia de massa para coletar os principais argumentos, abordagem de riscos cardiovasculares, entre outros.

Resultados

A partir da análise de um total de 23 reportagens, 65,2% apontam que o cigarro eletrônico causa menor prejuízo em comparação com o tabaco, colocando-o como um instrumento de redução de danos, o que não está de acordo com as evidências científicas. Vale ressaltar, ainda, que 39,1% das mídias não evidenciam o potencial de gerar danos de tais dispositivos, o que contribui para  uma visão coletiva de que são inócuos. Além disso, apenas 21,7% apontam que esses cigarros apresentam algum risco ao sistema cardiovascular e somente 8,7% trazem a opinião de cardiologistas. Esses dados são bastante preocupantes em um cenário em que esses dispositivos podem promover muitos malefícios no sistema cardiovascular, colaborando até mesmo para o aumento do risco de infarto do miocárdio. 56.5% das reportagens defendem legalizar o comércio para a segurança do consumo via controle de qualidade. Há uma seletividade na divulgação de informações pela mídia, visto que os riscos não são expostos claramente, inclusive os cardiovasculares.

Conclusões

Os resultados obtidos demonstram uma explícita relativização dos impactos desses dispositivos, contrastando com as evidências científicas sobre os prejuízos à saúde dos usuários, como doenças cardiovasculares. Recomenda-se, assim, uma abordagem mais responsável na comunicação, visando informar o público sobre todos os riscos à saúde dos usuários com informações baseadas em evidências.

Palavras Chave

Cigarro eletrônico; riscos cardiovasculares; mídias

Área

Aterosclerose, Dislipidemia e Fatores de Risco Cardiovascular

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Larissa Louros Pereira, Gabriela Guelber Magrani, Gabriela Arakaki Faria, Lívia Quintella Baptista, Isabela Gaudencio Santos, Giovana Luisa Moreira Lima, Carolina Barros Ferreira Costa, Evandro Tinoco