41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Risco Cardiovascular em portadores de doença hepática gordurosa metabólica

Introdução e/ou Fundamento

A doença hepática esteatótica metabólica (MASLD) possui elevada morbimortalidade hepática, e a doença cardiovascular (DCV) é sua principal causa de morte. Porém os escores de risco cardiovascular (RCV) não contemplam essa comorbidade. São raros os estudos que avaliam o RCV e os novos marcadores para sua reclassificação nessa população.

Objetivo

Avaliar a medida da Velocidade de Onda de Pulso (VOP) e o Doppler ecocardiograma da artéria femoral (DAF) como modificadores de RCV em pacientes com MASLD.

Materiais e Métodos

Estudo transversal em indivíduos com MASLD. Variáveis clínicas, laboratoriais e escores AHA/ACC e Framingham foram registrados, considerando-se alto RCV valores >= 20% em 10 anos. Pacientes com desfechos duros para DCV ou Doença hepática avançada foram excluídos. Foi realizada a medida da VOP (Arteris-AOP®, SP) e DAF com identificação de placa aterosclerótica e medida da espessura médiointimal (EMI) (HM70EVO V1.00, Samsung, JP). Para a medida da VOP foi criado o índice de VOP: iVOP (VOP do paciente/mediana do padrão nacional de RCV).  Foi comparada a proporção de pacientes identificados como de alto risco pelos escores de RCV, medida da VOP, e presença de placa aterosclerótica.

Resultados

Foram incluídos 43 pacientes com MASLD, entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024, sendo 76,7% mulheres, com média de idade=60,3 ± 7,9 anos. Dentre as comorbidades destacam-se: Obesidade [74,4% (IMC 34,4 ± 6,350)], HAS [79,1% (média da PAS e PAD = 121±14,5 mmHg e 76,6 ± 11,5mmHg)], DMT2 [67,4% (média da Hb Glicada =6,1% (5,7 - 7,2)), Dislipidemia [81,4% 9 (colesterol =172 mg/dl (139 – 200)]. No DAF (n=33), a EMI foi 0,9 mm (0,8-1,05) na FD e 1,0 mm (0,8 a 1,1) na FE, com presença de placa aterosclerótica em 33%. Alto RCV pelo escore AHA/ACC [8,6 (3,3 -14,0)] ocorreu em 12,2%, enquanto pelo Framingham [13,7 (8,6 -17,1)] em 22%, e pelo i-VOP [0,97 (0,91 -1,02)] em 44%. Entre aqueles identificados pelo I-VOP como de alto RCV, apenas 22% e 27% foram identificados pelos escores da AHA/ACC e Framingham respectivamente.  Nenhum paciente com placa no DAF foi classificado como alto risco pelo escore da AHA/ACC e apenas 2 pelo escore de Framingham.

Conclusões

Houve maior proporção de alto RCV considerando-se a VOP associada com o DAF se comparada aos escores AHA/ACC e Framingham, sugerindo-se a necessidade de buscar novos marcadores para reclassificação do RCV nos portadores de MASLD.

Palavras Chave

Doença Hepática Gordurosa Metabólica; Risco Cardio Vascular; Velocidade de Onda de Pulso; Doppler ecocardiograma de vasos arteriais

Área

Aterosclerose, Dislipidemia e Fatores de Risco Cardiovascular

Categoria

Pesquisador

Instituições

Faculdades Souza Marques - Rio de Janeiro - Brasil, UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Pedro Miguel Mattos Nogueira, Breno Corrêa Vieira, Ana Carolina Cardoso, Carlos Eduardo Marques, Nathalie Carvalho Leite, Cristiane Alves Villela-Nogueira, Glaucia Maria Moraes de Oliveira