Dados do Trabalho

Título

Endocardite infecciosa (EI): mudança de prognóstico com tratamento precoce

Introdução e/ou Fundamento

A endocardite é o processo infeccioso da superfície endocárdica do coração, que pode ser classificada como aguda e subaguda, e tem como patógeno principal as bactérias. Atualmente, utilizam-se os critérios de Duke modificados para classificar o diagnóstico como definido, possível e descartado. Este relato aborda a mudança de desfecho com tratamento adequado e precoce.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente masculino, 81 anos, hipertenso, diabético, DRC conservador, TVAo biológica em 2017 e IT grave, FA paroxística, e histórico de erisipela em MIE há 10 anos. Interna com erisipela em MIE, realizada investigação complementar com doppler venoso, sem TVP. Coletadas culturas e iniciado tratamento empírico com ceftarotila. Crescimento de Staphylococcus haemolyticos em 2 sets de hemocultura, sensível à linezolida, teicoplamina e vancomicina, entendida a princípio como contaminação. ECOTT demonstrou prótese biológica em posição aórtica, com folhetos espessados. Presença de imagem isoecogênica, aditiva móvel, medindo 0,6 cm, se projetando para o interior da via de saída do VE.  Diante do diagnóstico possível de EI (Critérios de Duke), optado por troca de antibioticoterapia para daptomicina e ceftriaxone. ETE confirmou a imagem aditiva filamentar aderida à face ventricular da lascínea relacionada ao septo interatrial, medindo cerca de 0,8 cm, além de omagem aditiva de aspecto algonoso e isoecogênica, aderida à face aórtica da lascínea relacionada ao septo interatrial, medindo cerca de 0,9 cm x 0,2cm. Após 10 dias de antibioticoterapia, realizado novo ETE de controle que demonstrou que as imagens aditivas descritas no exame anterior não foram visualizadas no presente exame.  Realizadas TC de crânio, tórax e abdômen em busca de possíveis focos de embolização, sem achados.

Discussão

De acordo com os critérios de Duke modificados, o paciente acima citado apresenta 1 critério maior e 1 critério menor, por predisposição (intervenção valvar prévia), definido então como quadro de endocardite infecciosa possível.  Iniciado antibioticoterapia guiada para germes gram positivos, com evolução de melhora clínica, laboratorial e de imagem, não sendo mais evidenciadas imagens de vegetação dos exames anteriores (após 10 dias ATB), sem foco de embolização comprovados por tomografia. EI é uma doença grave, associada a altas taxas de mortalidade e, através desse caso, demonstra-se que a terapia precoce mesmo em casos prováveis é efetiva, e reduz as chances de complicações e proporciona maiores de chances de desfechos positivos.    

Palavras Chave

endocardite infeciosa; Valvopatias; criterios de Duke