41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Insuficiência valvar pulmonar melhorada durante gestação não planejada

Introdução e/ou Fundamento

A Tetralogia de Fallot (T4F) é uma cardiopatia congênita de alta prevalência, caracterizada pela presença de comunicação interventricular, obstrução da via de via de saída do ventrículo direito (VSVD), hipertrofia ventricular direita e dextroposição da aorta. A correção cirúrgica é feita tipicamente até os 6 meses. Complicações tardias envolvem insuficiência pulmonar (IP) grave, endocardite, arritmias supra e ventriculares.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Mulher de 30 anos com múltiplas perdas de seguimento ambulatorial, realizou correção da T4F aos 7 anos. Submetida à ventriculosseptoplastia, abertura da VSVD e instalação de placa monocúspide transvalvar nº 14. Aos 26 anos evoluiu com piora da classe funcional (NYHA III) e apesar da função biventricular preservada, apresentava arritmias supraventriculares, insuficiência pulmonar importante e volume diastólico final de ventrículo direito (VDFVD) com 165 mL/m2, indicando necessidade de trova valva pulmonar. No entanto, a cirurgia foi suspensa pela pandemia de COVID-19 associado ao fato de gestação não planejada. Manteve-se em NYHA II/III até que, aos 29 anos, houve nova tentativa de troca valvar, retardada devido a uma segunda gestação. Apesar de referir NYHA III, durante avaliação pré e pós-natal, estavam ausentes ectopias supraventriculares além da melhora dos diâmetros do VD e melhora da IP no ECOTT.

Discussão

Aproximadamente um terço dos adultos operados de T4F requer reoperação devido a sequelas tardias. A IP causa sobrecarga volumétrica do VD com dilatação progressiva e os parâmetros da RM cardíaca e do ECOTT auxiliam no timing cirúrgico. As alterações fisiológicas da gestação predispõem a risco de descompensação. As submetidas a reparo cirúrgico com boa evolução apresentam risco da gestação semelhante à população geral. No entanto, naquelas com sobrecarga importante de VD, seja de pressão e/ou volume, apresentam maior risco de descompensação da classe funcional, além de arritmias atriais ou ventriculares. Curiosamente, no caso descrito houve uma adaptação do sistema cardiovascular, com melhora da dilatação ventricular e da IP durante a nova gravidez, não havendo necessidade, por ora, de nova correção cirúrgica. No momento, segue estável e aguardando a realização de nova ressonância cardíaca para confirmação dos parâmetros ecocardiográficos.

Palavras Chave

Tetralogia de Fallot; cardiopatia congenita.; Gestação

Área

Cardiopediatria e Cardiopatias Congênitas

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Instituto Nacional De Cardiologia - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Nathalia Wanderley Monçores Velloso, Izadora Bighetti Brito, Cíntia Chaves Mattoso, Maria Carolina Terra Cola, Thaíssa Santos Monteiro, Fábio Akio Nishijuka