41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Reserva de Fluxo Miocárdico Regional em equipamento de CZT SPECT: Pode ser útil na estratificação de risco?

Introdução e/ou Fundamento

Vários estudos indicam que pacientes com capacidade reduzida para atingir a hiperemia máxima enfrentam um prognóstico cardiovascular desfavorável. A presença de uma reserva de fluxo miocárdica (RFM) comprometida está associada a desfechos adversos. Equipamentos SPECT com detectores CZT podem ser usados para avaliar a RFM. Em um estudo que utilizou CZT SPECT, todas as regiões com RFM CZT regional ≤ 1,8 mostraram uma reserva de fluxo coronariana invasiva < 2. A utilidade clínica dos dados de RFM regional derivados de CZT ainda está em fase de avaliação, podendo contribuir para a estratificação de risco.

Objetivo

Descrever a frequência de RFM anormal em pacientes encaminhados para CZT SPECT e determinar se os dados de RFM regionais poderiam contribuir para a estratificação de risco nesse contexto.

Materiais e Métodos

Cem pacientes com suspeita de DAC ou DAC conhecida foram encaminhados para CZT SPECT entre outubro de 2021 e dezembro de 2022. Os pacientes foram submetidos a cintilografia de perfusão miocárdica sob estresse farmacológico e imagens de repouso usando um dispositivo D-SPECT (Spectrum Dynamics). O software QPS cinético® do Cedars Sinai foi usado para calcular a RFM. Valores de RFM < 2, tanto regional quanto global, foram considerados anormais. A análise estatística empregou um nível de significância de 5% e incluiu o teste Qui-quadrado e exato de Fisher.

Resultados

Avaliamos 100 pacientes (15 homens) com idade média de 71,4 anos. Dos 100 exames: 13 apresentaram RFM < 2,0 (Grupo A); 51 apresentaram RFM entre 2,0 e 3,0 (Grupo B); e 36 apresentaram RFM > 3,0 (Grupo C). No Grupo B, 14 pacientes exibiram RFM em qualquer um dos 3 territórios coronarianos abaixo de 2,0 (27%). O Grupo C não teve pacientes com RFM regional reduzida. A isquemia miocárdica foi mais prevalente em pacientes do Grupo A em comparação com o Grupo B (54% vs. 19%; p = 0,01) e no Grupo B em comparação com o Grupo C (19% vs. 3%; p = 0,02). Pacientes com RFM regional < 2,0 no Grupo B exibiram uma incidência mais alta de isquemia miocárdica em comparação com pacientes no Grupo B com RFM regional normal (35% vs. 10%; p = 0,02).

Conclusões

Observou-se que em 25% dos pacientes com uma RFM entre 2,0 e 3,0, há uma redução na RFM regional medida por CZT SPECT, o que esteve associado a maior ocorrência de isquemia miocárdica. Isso pode auxiliar na estratificação deste grupo de pacientes, indicando um potencial benefício adicional na avaliação quantitativa do fluxo sanguíneo regional com CZT SPECT para a identificação de riscos.

Palavras Chave

Reserva de fluxo coronariano; Testes Diagnósticos; cintilografia miocárdica

Área

Imagem Molecular e Medicina Nuclear em Cardiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

CLAUDIO Tinoco MESQUITA, Giovane Leal de Azevedo Júnior, Wilter S Ker, Nilton Lavatori Correa, Alan Yazaldi Cotrado Chambi, Maria Marta Magiotto Sabra, Roberta Pereira Coelho, Isabella Caterina Palazzo