Dados do Trabalho
Título
Impacto da Vulnerabilidade Social nas taxas de mortalidade por doença isquêmica do coração e doença cerebrovascular no Brasil entre 2000 e 2021
Introdução e/ou Fundamento
As doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de mortalidade em todo o mundo. A disparidade na distribuição dessas doenças é notável, com regiões mais desenvolvidas apresentando uma redução mais acentuada na mortalidade, enquanto regiões menos favorecidas enfrentam desafios adicionais. Nos últimos anos, estudos exploraram a relação entre indicadores socioeconômicos e as taxas de mortalidade por DCVs. No entanto, poucos consideraram os indicadores de vulnerabilidade social em suas análises, apesar de sua importância para compreender melhor as disparidades de saúde. Esses dados permitem uma compreensão mais abrangente das condições enfrentadas por grupos vulneráveis.
Objetivo
Analisar o impacto da vulnerabilidade social por meio da relação entre IVS e as taxas de mortalidade por Doença Isquêmica do Coração e Doença Cerebrovascular no Brasil durante o período 2000 e 2021
Materiais e Métodos
Estudo ecológico de séries temporais das taxas de mortalidade padronizada por DIC e DCBV por sexo e unidade federativa (UF) entre 2000 e 2021 comparadas com o IVS e suas dimensões. Os dados sobre a causa básica de morte foram obtidos do sistema de informação de mortalidade (SIM) do Departamento de informática do sistema única de saúde (DATASUS). Os dados sobre o IVS foram obtidos do Atlas da Vulnerabilidade Social. Foi realizado o cálculo da correlação de Spearman para cada cenário analisado
Resultados
As UFs das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram os melhores indicadores. Além disso, foi observado que as populações negra e rural apresentaram maior vulnerabilidade em comparação com outros grupos demográficos. A dimensão de capital humano (IVS-CH) destacou-se pela maior vulnerabilidade das populações negra e rural. A dimensão de renda e trabalho (IVS-RT) evidenciou maior vulnerabilidade entre a população feminina. As UFs das regiões Norte e Nordeste apresentaram maior vulnerabilidade e menor melhoria nas taxas de mortalidade por DCBV e DIC
Conclusões
Os dados analisados sugerem que os fatores socioeconômicos associados ao Índice de Vulnerabilidade Social nas dimensões de capital humano (IVS-CH) e renda e trabalho (IVS-RT) podem estar mais fortemente correlacionados com as mudanças nas taxas de mortalidade por Doença Isquêmica do Coração (DIC) e Doença Cerebrovascular (DCBV). Essas descobertas sugerem que investimentos direcionados podem desempenhar um papel crucial na redução da mortalidade por essas condições, contribuindo assim para a promoção da saúde e a redução das disparidades socioeconômicas no país
Palavras Chave
Saúde Cardiovascular; Vulnerabilidade Social; Brasil
Área
Aterosclerose, Dislipidemia e Fatores de Risco Cardiovascular
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Maria Julia Jurkovich, Luan Cavalcante Vilaça Lima, Adriano Henrique Gomes Menezes, Marnie Hillary Carvalho Leão, Mariana Balbi Pacheco, Glaucia Maria Moraes de Oliveira