41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Desafios do controle da doença arterial coronariana e importância da cintilografia miocárdica na conduta terapêutica: um relato de caso

Introdução e/ou Fundamento

A Doença Arterial Coronariana é uma patologia muito prevalente e de alta morbimortalidade, oriunda de alterações estruturais e/ou funcionais das coronárias, que cursam com isquemia. A DAC pode ser causada por diversas etiologias, sendo a aterosclerose a mais comum, e apresentando-se de formas variáveis quanto a estabilidade, sintomatologia e risco à vida do paciente.  Dessa forma, cada paciente precisa de uma análise minuciosa de sua situação clínica, avaliando presença e controle de fatores de risco, classe funcional e seu risco cardiovascular, a fim de estabelecer metas e métodos de controle dos sintomas e prevenção de complicações.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente masculino, negro, 56 anos, com DAC, HAS, DM 2 e obesidade em uso de atenolol, hidroclorotiazida clopidogrel, AAS, sinvastatina, metformina e insulinoterapia. Tem história de 2 episódios de infarto agudo do miocárdio sem supra de segmento ST, mas com curva de troponina positiva, e angioplastia de artéria descendente anterior com colocação de stent farmacológico, nos últimos dois anos. Nega tabagismo e etilismo. Histórico familiar de doenças cardiovasculares, pai, mãe e duas irmãs tiveram IAM. Comparece ao ambulatório de cardiologia com queixas de angina estável aos mínimos esforços compatível com NYHA e CCS III, estava em obesidade grau II, seguindo o esquema terapêutico farmacológico, porém não estava implementando as mudanças do estilo de vida na sua rotina, com má alimentação e sem atividade física. Além disso, apresentou cintilografia miocárdica no repouso indicando grau moderado de isquemia nos segmentos anterior e ântero lateral do ventrículo esquerdo, fibrose nos segmentos apical, anterior apical, lateral apical e inferolateral do VE, com função sistólica  preservada, mas com alteração da contratilidade. Entretanto, após o teste de esforço, o exame demonstrou a hipocaptação do radiotraçador, indicando a menor perfusão associada à hipocinesia desses mesmos segmentos.

Discussão

Em virtude da não adesão às mudanças do estilo de vista e ao descontrole dos fatores de risco da DAC, associados aos achados da cintilografia miocárdica, reforça-se a suspeita de reestenose de stent de artéria descendente anterior ou nova lesão em outro vaso, sendo indicado novo cateterismo cardíaco. Desse modo, demonstra-se as dificuldades do tratamento e da profilaxia secundária da DAC, principalmente em situações de vulnerabilidade socioeconômica, e a importância da mensuração da carga isquêmica na cintilografia miocárdica para conduta clínica.

Palavras Chave

DAC; Angina estável; cintilografia miocárdica; MEV; angioplastia coronariana.

Área

Doença Coronária

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

UNIGRANRIO - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Luane da Silva Ribeiro, Adriele da Penha Ribeiro, Ana Letícia Reis Guilhome, Isabela Lucchini Torres Gonçalves , Julia Domingues Breckenfeld Ricarte, Camila Muniz Silva Filho, Luciene Miguel Lima