41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Uso do Termografia auricular na identificação de pacientes com Cintilografia Miocárdica Anormal: Uma ferramenta inovadora em Cardiologia?

Introdução e/ou Fundamento

A termografia é uma ferramenta consagrada na identificação de área de perfusão anormal de modo não-invasivo. O seu uso pode permitir a quantificação do fluxo sanguíneo em regiões diversas como articulações, extremidades e áreas do corpo. Um dos sinais associados à doença coronariana é o sinal de Frank, onde se observa uma dobra diagonal no lobo da orelha. Este sinal parece ser decorrente de redução da elastina secundária à função microvascular anormal na região da orelha. A nossa hipótese é de que a termografia auricular possa identificar pacientes com maior probabilidade de doença coronariana e servir para o rastreio desta condição.

Objetivo

Avaliar um novo índice termográfico auricular com doença coronariana, conforme demonstrado pela cintilografia de perfusão miocárdica (CPM). 

Materiais e Métodos

Foram analizados 29 individuos encaminhados para cintilografia miocárdica, sem doença coronariana prévia conhecida, 15 mulheres e 14 homens, na faixa etaria entre 41 e 83 anos. A imagem de termografia foi realizada com o termografo FLIR T530, com resolução de 320x240 (76.800 pixels), em um ambiente climatizado com temperatura de 22oC (±1), umidade relativa do ar < 50% e distância padronizada em 30 cm. As imagem foram realizadas sempre antes do teste de esforço. Nós analisamos o ponto mais hiperradiante do meato acústico externo, que seria a equivalência da temperatura central, e subtraimos do ponto mais hiporradiante do pavilhão auricular encontrando o que seria equivalente ao ponto de menor perfusão do pavilhão, assim formando  o Escore Térmico Auricular (ETA). Analisamos a associação entre anormalidades na cintilografia e o ETA com Teste Exato de Fisher.

Resultados

A distribução térmica foi similar no meato acustico externo nos indivíduos com CPM anormal e normal. O melhor ponto de corte para o ETA foi de 7,6, sendo que todos os 8 individuos com ETA < = 7,6 tinham CPM normal, enquanto 10 dos 21 com ETA > 7,6 (48%) apresentaram doença coronariana pela CPM (p = 0,01).  

Conclusões

A termografia auricular parece uma técnica promissora para auxiliar no rastreio de pacientes com doença arterial coronariana. Valores de ETA menores que 7,6 se associaram com menor risco de DAC e podem ser potencialmente uteis na seleção de pacientes para avaliação cardiovascular. Mais estudos sobre o tema são importantes para definição desta estratégia inovadora. 

Palavras Chave

doença arterial coronariana; termografia auricular; sinal de Frank; cintilografia de perfusão miocárdica

Área

Doença Coronária

Categoria

Pesquisador

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Leonardo Souza Moreira Alves, Camila Ribeiro Souza Fonte, Isabella Palazzo, Nilton Lavarori Correa, Wilter Ker, Renata Rodrigues Teixeira Castro, Claudio Tinoco Mesquita