41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

DISSECÇÃO AÓRTICA TIPO A DE STANFORD COM MANIFESTAÇÃO ATÍPICA: ABORDAGEM DESAFIADORA NO HOSPITAL ESTADUAL ALBERTO TORRES

Introdução e/ou Fundamento

A dissecção aórtica é causada pela separação das camadas da parede vascular e seu sintoma principal é a precordialgia intensa. Demanda diagnóstico precoce por angiotomografia (AngioTC). O tratamento inclui o controle da pressão arterial e frequência cardíaca, a fim de minimizar o estresse sobre a aorta, visando estabilização clínica. Tal abordagem é essencial para prevenir complicações graves e otimizar o prognóstico.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente feminina, 60 anos, admitida na emergência do Hospital Estadual Alberto Torres em 17/01/2024 com dispneia progressiva sem precordialgia. Apresentava taquicardia (127 bpm), hipertensão (185x109 mmHg) e saturação de oxigênio reduzida (90%), sugerindo quadro de insuficiência cardíaca aguda. A ausculta cardiovascular evidenciou sopro diastólico em focos paraesternais, indicando possível patologia valvar. A história de úlcera gástrica por uso de anti-inflamatórios e a presença de hérnia epigástrica volumosa acrescentaram complexidade ao caso. O ultrassom (USG) evidenciou um derrame pericárdico moderado e sinais de tamponamento cardíaco, direcionando a investigação para uma possível causa estrutural. A AngioTC revelou dissecção aórtica Stanford A, comprometendo importantes vasos, como carótida comum, subclávia esquerda e ilíaca externa esquerda. Solicitada transferência para um serviço especializado. Em seguida, depende de nitroprussiato de sódio para controle pressórico e amiodarona para manutenção da frequência cardíaca. Evolui com piora do padrão respiratório, necessitando de intubação orotraqueal, iniciado amina em dose baixa e suspensos anti-hipertensivos orais e o nitroprussiato de sódio. Em 20/01 evolui com disfunção renal sem condições clínicas para hemodiálise. O segundo USG indicou derrame pericárdico sem tamponamento cardíaco e discreto derrame pleural. A evolução demandou o uso de nitroprussiato de sódio para controle pressórico e amiodarona para manutenção da frequência cardíaca. Contudo, a paciente evoluiu para instabilidade hemodinâmica e parada cardiorrespiratória em assistolia.

Discussão

O diagnóstico precoce exige habilidades clínicas e tecnologias avançadas de imagem. O desfecho adverso sublinha a gravidade intrínseca da dissecção aórtica tipo A, ressaltando a necessidade de terapias mais assertivas para melhorar o prognóstico desses pacientes. Ademais, o caso destaca a complexidade de pacientes apresentação clínica atípica e, portanto, reforça a importância da avaliação detalhada e criteriosa em situações de risco cardiovascular agudo.

Palavras Chave

Dissecção aórtica; terapia intensiva; aorta

Área

Cardiologia Clínica

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

Faculdade Metropolitana São Carlos - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Estadual Alberto Torres - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

LUANNY DE SOUZA SANTOS, JULIANA PRADO DE SOUZA, HANS BOSSAN COTRIM, KAREN SAYURI LOUVAIN DE AZEVEDO, MILENA DA ROCHA DE ANDRADE, TATIANE PERES MACHADO, WELLINGTON DOS SANTOS MADEIRA, TATIANA ERTHAL DE ABREU