41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Disparidades de Gênero nos casos de Infarto Agudo do Miocárdio: análise Demográfica e Implicações Regionais no Estado do Rio de Janeiro

Introdução e/ou Fundamento

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma patologia significativa na saúde pública e de alta prevalência mundial, com considerável incidência e letalidade. A literatura atual aponta diferenças na apresentação clínica, estratégias de prevenção, diagnóstico e manejo da síndrome coronariana aguda em mulheres. Sendo assim, é de suma importância avaliar a relação entre hospitalização e desfecho clínico do IAM no sexo feminino no estado do Rio de Janeiro (RJ).   

Objetivo

Analisar a distribuição demográfica de hospitalizações e óbitos decorrentes de IAM em ambiente hospitalar, destacando as disparidades entre os sexos e as regiões de saúde do RJ ao longo de um período de dez anos.

Materiais e Métodos

Estudo observacional, descritivo de dados secundários fornecidos pelo DATASUS, no período de 2013 a 2023. Avaliado taxas de mortalidade, número de internações por regiões de saúde do estado do Rio de Janeiro.

Resultados

No período ocorreu um total de 105.053 internações no estado do RJ, com a Região Metropolitana I (RM I) apresentando o maior número de casos (48.350). Homens tiveram 66.617 internações, enquanto as mulheres tiveram 38.436. As taxas de mortalidade por IAM foram de 10,7 para homens e 14,7 para mulheres.  As RM  I e II e Noroeste apresentaram as maiores taxas de mortalidade e internações para ambos os sexos. No entanto, para o sexo feminino, a RM I, embora apresenta maior taxa de internação e menor taxa de mortalidade em comparação com a II.

Conclusões

Apesar da predominância de internações por IAM em homens, a taxa de mortalidade é maior entre as mulheres. A possível influência, na morbidade e mortalidade, de fatores de risco mais frequentes em mulheres do que em homens, como maior agravo na terapia de reperfusão em mulheres jovens, fatores sexo-específicos, como a menopausa precoce, e a manifestação de sintomas atípicos. Há também destaque para o estresse psicossocial, o qual estudos apontam que duplica o risco de eventos cardiovasculares e é três vezes mais frequente no sexo feminino. O estresse, muitas vezes, deriva dos múltiplos papéis sociais que mulheres exercem, com demandas no âmbito do mercado de trabalho e desigualdades domésticas. As diferenças regionais nas taxas de mortalidade sugerem a necessidade de estratégias de saúde pública customizadas. Estes achados são cruciais para o desenvolvimento de políticas direcionadas à prevenção e tratamento eficaz do IAM, visando a melhoria dos resultados de saúde e a otimização dos recursos financeiros no sistema de saúde.  

Palavras Chave

Infarto agudo do miocárdio.; Mulher; Epidemiologia.; Rio de Janeiro

Área

Cardiologia da Mulher

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Jenaine Rosa Godinho Emiliano, Wender Emiliano Soares, Rogério Martins Oliveira , Vinicius Ramos Oliveira , Amanda Maria Sousa Felix, Lara Fazol Couto, Ana Carolina Garcia Giori, Adriana Munford Lima Pimentel