41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Implante de monitor cardíaco e ablação por cateter na detecção e tratamento de fibrilação atrial paroxística subclínica

Introdução e/ou Fundamento

O presente trabalho pretende relatar caso clínico do mundo real, em que a decisão de anticoagulação plena em paciente com suspeita de fibrilação atrial e a indicação de implante de monitor de eventos para efetivo diagnóstico e tratamento da arritmia impactaram significativa ​mente no prognóstico e história natural da patologia. 

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente de 76 anos, hipertensa leve, portadora de disfunção renal (clearence creatinina em torno de 50) dislipidêmica, portadora de hipotireoidismo em tratamento, com relato de palpitações mal definidas, sem documentação de fibrilação atrial sustentada. Vinha e uso empírico de apixabana em dose plena e propafenona 600 mg/dia por conta de instabilidade atrial frequente ao Holter de 24 horas. Durante avaliação nefrológica, a dose de apixabana foi reduzida devido à redução discreta da função renal. Evoluiu então com síndrome cerebrovascular compatível com acidente vascular encefálico hemisférico secundário a oclusão total de artéria cerebral média esquerda, evidenciando à angiotomografia de crânio "focos de difusão restrita com hipersinal em FLAIR na região núcleo-capsular e córtico-subcorticais subinsulares à esquerda". Manteve-se sob anticoagulação plena desde então e foi submetida a implante de monitor de eventos que confirmou o diagnóstico de fibrilação atrial. Foi encaminhada a ablação por cateter – isolamento elétrico das veias pulmonares guiado por ecocardiograma intracardíaco e mapeamento eletroanaômico. Mantém-se assintomática e sem registros de FA desde o procedimento sem antiarritmos orais. 

Discussão

Em torno de 33% dos casos de Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVCi) têm etiologia criptogênica. Os monitores cardíacos implantáveis se mostram bastante superiores a outros métodos de monitoramente eletrocardiográficos na detecção de fibrilação atrial subclínica, permitindo assim introdução de anticoagulação precocemente, reduzindo significatvamente a incidência de AVEi relcionados à arritimia. Da mesma forma, permitem o tratamento precoce por ablação, melhorando o resultado a médio e longo prazo, bem como, fornecem dados de acompanhamento pós-operatório constantes, facilitando a detecção de eventuais recorências e permitindo abordagem mais efetiva.

Palavras Chave

Fibrilação atrial subclínica; Acidente vascular encefálico subclínico; Monitor cardíaco implantável; Ablação por radiofrequência

Área

Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Casa de Saúde São José - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro - Brasil, HSCor - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Rodrigo Elias da Costa, Ana Inês Bronchtein, Sergio Bronchtein, Andrea Bruno, Eduardo Wajnberg