41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Desafios e Avanços: Um Caso Clínico de Morte Encefálica e Doação de Órgãos no Hospital Estadual AlbertoTorres

Introdução e/ou Fundamento

A morte encefálica representa a perda irreversível de todas as funções cerebrais, sendo um marco crucial na prática médica contemporânea. Este estado, definido pela Resolução 2.173/2017, implica implicações médicas, éticas e legais, influenciando diretamente a tomada de decisões clínicas e a possibilidade de doação de órgãos, destacando-se como um tema de grande relevância no contexto da medicina moderna.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente masculino, 59 anos, sem comorbidades, admitido em estado grave no Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, Glasqow 03, com hemorragia intraparietal identificada em tomografia craniana. Transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), sua condição crítica incluía sedação, RASS -5, reflexos de tronco ausentes e ausência de drive respiratório. Sinais vitais mostravam frequência cardíaca de 80bpm, respiração a 22irpm, saturação de oxigênio de 96%, pressão arterial de 102x64 mmHg e temperatura axilar de 36°C. Bulhas hipofonéticas foram notadas na ausculta, apresentava instabilidade hemodinâmica tratada com aminas. A conduta envolveu culturas, troca de acessos, cateter vesical, termômetro esofágico, Noradrenalina, Vasopressina e antibióticos (Clavulin®), com dieta zero. Após 72 horas, a tomografia para avaliação do protocolo de morte encefálica (ME) foi possível. Durante o tratamento, ocorreram episódios febris e alterações, exigindo mudança de antibiótico para Tazocin. Exames revelaram potássio 5,1 mEq/L, CK 4486 U/L, leucócitos 12.700/mm³ (bastões 6%), plaquetas 96.000/mm³. Gasometria arterial apontou pH 7,32, PCO2 38 mmHg, PO2 398 mmHg. Em 21/12, nova tomografia confirmou hematomas intraparenquimatosos e hemorragia subaracnoide. O protocolo de ME iniciou às 17h, com exames e teste de apneia compatíveis. Laudo gráfico às 21h confirmou ausência de atividade elétrica cerebral. Protocolo fechado às 21h. Centro de Trauma acionado às 23:40h para captação de fígado, pele e osso.

Discussão

Este caso salienta a relevância da Resolução 2.173/2017 na aprimoração do diagnóstico de morte encefálica, assegurando uma abordagem segura e confiável. A eficácia do protocolo permitiu a oportunidade de realizar a doação de órgãos, como meio de salvar vidas, contribuindo para a saúde e bem-estar de outros pacientes em espera por transplantes. Desse modo, o relato ilustra como a evolução nas metodologias diagnósticas pode impactar positivamente a prática clínica.

Palavras Chave

MORTE ENCEFÁLICA; DOAÇÃO DE ÓRGÃOS; PRÁTICA CLÍNICA;

Área

Cardiologia Clínica

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

Faculdade Metropolitana São Carlos - Famesc - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Estadual Alberto Torres - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

JULIANA PRADO DE SOUZA, HANS BOSSAN COTRIM, MONIQUE VIEIRA DE REZENDE SALES, DORYS FERREIRA BARRETO ALEXIM, THAYANNI SANTOS PESSANHA PANISSET, MILENA DA ROCHA DE ANDRADE , TATIANE PERES MACHADO, TATIANA ERTHAL DE ABREU