Dados do Trabalho

Título

Estudo multicêntrico avaliando perfil de risco cardiovascular em adultos jovens na área de abrangência de unidade de atenção básica no Brasil.

Introdução e/ou Fundamento

As doenças cardiovasculares (CV) são a primeira causa de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um problema de saúde pública. A detecção precoce na população jovem observando os diferentes determinantes sociais de saúde (DSS) nas diversas regiões do país é imperativa para a redução da morbimortalidade CV.

Objetivo

Avaliar comparativamente o risco CV de adultos jovens em diversas regiões do país observando as influências ambientais, culturais e estruturais na população brasileira.

Materiais e Métodos

Estudo multicêntrico, transversal, populacional de avaliação do perfil de risco CV de uma adultos entre 20 e 50 anos. A distribuição dos centros participantes é a seguinte: 1 na região Norte (Santarém, PA), 2 na região Nordeste (Juazeiro do Norte, CE e Juazeiro, BA), 3 na região Sudeste (Angra dos Reis e Rio de Janeiro, RJ e Ribeirão Preto, SP) e 1 na região Sul (Jaraguá do Sul, SC). O projeto piloto foi desenvolvido em Santarém e na zona oeste do RJ. Estão sendo coletados os dados antropométricos, sociodemográficos, a pressão arterial de consultório e residencial (MRPA), ECG, exames laboratoriais, questionários de rastreio para Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) – STOP-BANG e Escala de Epworth e para ansiedade e depressão.

Resultados

Foram avaliados, 322 indivíduos, 161 no RJ e 161 em Santarém. No RJ, 125 (77,6%) são mulheres, com idade média de 31,8 ± 4,3 anos, e em Santarém 131 (81,3%) são mulheres e com idade média de 39,6 ± 7,9 anos. Pretos e pardos são 64% da amostra no RJ e 91% em Santarém; 22 indivíduos (15%) têm baixa escolaridade no RJ e 44 (27%) em Santarém. Dentre os fatores de risco CV mais prevalentes, o sedentarismo se destacou no RJ enquanto a dislipidemia, obesidade abdominal, hipertensão arterial e sedentarismo se sobressaem em Santarém. Em relação à prevalência de ansiedade e depressão moderadas/severas, no RJ foi de 41% e 29%, respectivamente, enquanto na região Norte foi mais elevada, atingindo 52% e 58% da população. O centro de Santarém encontrou 55% de indivíduos com alto risco para AOS. Os outros centros estão em fase inicial de coleta de dados.

Conclusões

Em ambos os centros, o risco CV dessa população adulta jovem, aparentemente saudável, foi elevado e associado com DSS em especial à baixa escolaridade e transtornos de ansiedade e depressão na região Norte, apontando para a necessidade de políticas públicas diferenciadas para as diferentes regiões do país voltadas para essa faixa etária. 

Palavras Chave

estudo multicêntrico; determinantes sociais de saúde; Fatores de risco cardiovasculares