41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

INSUFICIÊNCIA AÓRTICA EM PACIENTE JOVEM, COMO INVESTIGAR?

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência aórtica (IAo) pode ter inúmeras etiologias e sua abordagem clínica e o manejo são definidos em 5 passos.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

A.S.P., paciente masculino, 53 anos, com relato de trabalhar em obras sem EPI e com queixa de há 1 mês, sentir palpitação e dispneia intermitentes, sendo diagnosticado 2 vezes pneumonia bacteriana e feito uso de levofloxacino sem sucesso e clavulin e azitromicina com melhora parcial. Relata que evoluiu com dor torácica e piora da dispneia, tendo o diagnóstico de IAo grave em outra unidade. Foi internado na Unidade Coronariana da Casa de Saúde São José por piora sintomática. Sendo iniciada investigação etiológica, que evidenciou endocardite infecciosa (EI) em valva nativa confirmado por critério cirúrgico e visto como presença de vegetação móvel de 1,4cm aderida à face ventricular do folheto não coronariano em ecocardiograma transesofágico e angiotomografia de coronárias e aorta, a despeito de exames laboratoriais normais, incluindo provas inflamatórias. Ao exame apresentava sopro diastólico aspirativo, mais audível em focos aórtico e aórtico acessório (3+/6+), pulso em martelo d’água e sinais de Traube, Becker, Muller e Quinckle. Após diagnóstico, foi iniciada antibioticoterapia com vancomicina e ceftriaxona e submetido a cirurgia de troca valvar biológica, sendo visto acometimento valvar por EI à inspeção direta intraoperatória. No pós operatório, seguiu estável, completando antibioticoterapia por 6 semanas.

Discussão

Pelo manejo da IAo, a gravidade neste caso foi avaliada como importante e a etiologia foi EI. Tendo sintomas relacionados a IAo, foi submetido a troca valvar. Considerada uma das infecções de maior mortalidade, a EI muitas vezes é subdiagnosticada. A principal etiologia é bacteriana e acomete mais o sexo masculino e valvas mitral e aórtica. Pela pouca especificidade dos sintomas, todo paciente com febre e fatores de risco deve ser investigado para endocardite. Em 2023, os critérios de Duke foram atualizados, auxiliando no caso. O paciente apresentou dois critérios maiores (vegetação em ECOTE e TC cardíaca, e achado de EI intraoperatório – este dispensando a presença dos demais critérios) e um menor (febre). Dessa forma, o manejo do paciente seguindo as orientações das diretrizes atuais, foi essencial para o desfecho positivo apresentado, mostrando a importância de uma investigação em casos de IAo, principalmente em pacientes jovens. Assim como, do acompanhamento de um heart team bem estruturado visando a resolução de casos com desfechos favoráveis.

Palavras Chave

Insuficfiência aórtica; endocardite infeciosa; valvopatia; criterios de Duke; paciente jovem.

Área

Valvopatias

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Casa de Saúde São José - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Giulia Facina Carvalho de Lemos, Nathália Rodrigues da Silva