41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Treinamento muscular inspiratório de alta resistência melhora o controle neurovascular e reduz a pressão arterial, em pacientes com COVID longa

Introdução e/ou Fundamento

Pacientes com COVID longa têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, na qual parece ser explicado, em parte, por hiperativação neural simpática, disfunção vascular e capacidade de exercício atenuada. Portanto, propor estratégias que possam reverter essas alterações cardiovasculares é urgente. 

Objetivo

Testar se o treinamento muscular inspiratório de alta resistência [TMIAR à 75% da pressão inspiratória máxima (PImáx)] reduz a atividade nervosa simpática muscular (ANSM), melhora a função endotélio-dependente, reduz o enrijecimento arterial aórtico e a pressão arterial média (PAM) e aumenta a tolerância ao esforço físico nesse grupo de pacientes. 

Materiais e Métodos

Nós executamos um ensaio clínico, randomizado, duplo -cego, controlado por sham (NCT06091384) para testar os efeitos de 6 semanas de TMIAR (30 respirações/dia, 6 dias/semana à, 75% PImáx) versus treinamento sham (30 respirações/dia, 6 dias/semana à 15% PImax) sobre diferentes desfechos cardiovasculares, em pacientes com COVID longa. A PImáx (Manovacuometria), ANSM (Microneurografia), a dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial (DMFAB, Ultrassom-Doppler), velocidade de onda de pulso carótida femoral (VOPCF, tonometria de aplanação), PAM (Sistema semiautomático), frequência cardíaca (FC, ECG) e consumo de oxigênio de pico e no limiar anaeróbico (VO2pico e VO2LA, teste de exercício cardiopulmonar) foram mensurados antes e após 6 semanas de treinamento.

Resultados

Vinte e quatro pacientes completaram estudo, sendo 12 no grupo TMIAR (Idade: 45.0 ± 8.81anos e IMC: 33.9±4.5Kg/m2) e 12 no grupo Sham (Idade: 49.6 ± 9.49 anos e IMC:33.4 ±5.6Kg/m2). TMIAR reduziu a frequência e a incidência de ANSM (p<0,001 para ambos) e a PAM (p<0.01) e, aumentou a DMFAB (p<0.05) e a PImáx (p<0.001). O TMIAR aumentou a carga e o tempo de pico do esforço (p<0.05), mas não o VO2pico e VO2LA (p>0.05). Além disso, o TMIAR não modificou a VOPCF e FC (p>0.05). No grupo sham, nenhuma mudança foi observada nos parâmetros estudados. 

Conclusões

Coletivamente, nossos achados indicam que o TMIAR reduz a ANSM e PA, aumenta a PImax, melhora a função endotelial e melhora a tolerância ao esforço físico em pacientes com COVID longa, se colocando como uma estratégia promissora para restaurar a saúde cardiovascular desse grupo de pacientes. Contudo, ensaios clínicos maiores são necessários para confirmar nossos achados

Palavras Chave

COVID longa; Atividade simpática; rigidez arterial central; treinamento muscular inspiratória de alta resistência.

Área

Ciência Básica

Categoria

Pesquisador

Instituições

InCor - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo - Brasil, Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino - Rio de Janeiro - Brasil, Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino - São Paulo - Brasil

Autores

Artur de Oliveira Sales, Thais Silva Rodrigues, Bruna Emy Ono, João Eduardo Izaias, Camila Souza Nunes, Gabrielly Mel Pinto Soares da Silva, Maria Fernanda Chamelete Ruvolo, Allan Robson Kluser Sales