Dados do Trabalho
Título
Painel Epidemiológico da Endocardite Infecciosa em um Hospital Particular de Volta Redonda
Introdução e/ou Fundamento
A endocardite infecciosa (EI) é uma patologia de início insidioso, difícil diagnóstico e alta taxa de morbimortalidade. O tratamento padrão para EI consiste em terapia antibiótica de longa duração, sendo a intervenção cirúrgica para casos específicos.
Objetivo
Apresentar um painel epidemiológico da EI na região de Volta Redonda, entre os anos 2011 a 2021.
Materiais e Métodos
Estudo retrospectivo que buscou avaliar os prontuários de pacientes internados com EI em um Hospital Particular de Volta Redonda durante 10 anos.
Resultados
Foram analisados e incluídos no estudo 24 pacientes, evidenciando a incidência de EI de 1.24 para cada 100.000 casos. Foi observado uma incidência de 62% no sexo masculino. A prevalência dos sintomas foi descrita no gráfico 1. No levantamento 9 pacientes (37,5%) apresentaram complicações importantes no quadro agudo da doença como AVC hemorrágico, ruptura de cordoalha tendínea, embolização de foco infeccioso e insuficiência de valva aórtica. Sendo que destes 5 vieram a óbito. No total foram 7 óbitos por EI, sendo 57,12% masculino. A valva cardíaca mais acometida foi a nativa. O detalhamento das valvas mais afetadas está no gráfico 2, sendo a aórtica a mais acometida. Houve maior prevalência de S.aureus e S. viridans acometendo as valvas nativas. 4 óbitos foram causados por Staphylococcus, 2 por Streptococcus e 1 por Enterococcus. De todas as culturas, a maior incidência foi de Staphylococcus e Streptococcus. 10 pacientes necessitaram de cirurgia sendo 9 homens. As bactérias mais encontradas na hemocultura desses foram dos grupos Streptococcus spp. e Staphilococcus spp. 7 cirurgias foram em valvas nativas. O índice de mortalidade foi de 18%. 58,3% dos pacientes não receberam o tratamento seguindo guideline e 71,4% dos óbitos não seguiam o guideline. Gráfico 1 Gráfico 2
Conclusões
A prevalência da EI e os óbitos foram maiores na população masculina. A febre foi relatada em 61% dos pacientes e sopro cardíaco em 8%. A literatura indica que tais achados são presentes em 85% dos pacientes. Uma possibilidade dessa divergência é a falha de preenchimento do prontuário. As valvas acometidas e seus agentes etiológicos são concordantes com a literatura. A maioria dos pacientes não receberam o tratamento antimicrobiano de acordo com as diretrizes, sendo mais de 70% dos óbitos parte desse grupo. Os pacientes tratados dentro das diretrizes morreram menos do que os tratados empiricamente.
Palavras Chave
Volta Redonda; Valva Cardíaca; endocardite infeciosa
Área
Epidemiologia
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
UniFOA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Laisa Silva Alves, Madjer Brillhante Moraes, Sergio Ibañez Nunes, Samuel José Feres Ozava, Guilherme Galardino Santos, Thais Barros Corrêa Ibañes