Dados do Trabalho
Título
Disfunção Neurovascular em Sobreviventes de Câncer de Mama Tratados com Doxorrubicina e Trastuzumabe: A Contribuição das Espécies Reativas de Oxigênio
Introdução e/ou Fundamento
Evidências anteriores indicam que sobreviventes de câncer de mama (SCM), que foram submetidas a tratamentos quimioterápicos com doxorrubicina e trastuzumabe, apresentam um risco de desenvolver doenças cardiovasculares (DCV) no mínimo 7 anos após a conclusão do tratamento oncológico. As causas para este aumento do risco de DCV ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que uma série de alterações fisiológicas possa estar envolvido
Objetivo
Testar se SCM comparado a um grupo controle, pareado por idade, índice de massa corporal (IMC) e sexo, apresentam hiperatividade neural simpática, disfunção vascular associada com aumento em espécies reativas de oxigênio (ERO) e redução de óxido nítrico (NO) e diminuição da capacidade física
Materiais e Métodos
Dezesseis mulheres SCM, tratadas com doxorrubicina e trastuzumabe (idade=48±2 anos e IMC=28±2 Kg/m2) e quatorze mulheres sujeitas de controle (idade=46±1 anos e IMC=27±1 Kg/m2) foram estudadas. A atividade nervosa simpática muscular (ANSM, Microneurografia), dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial (DMFAB), rigidez aórtica (velocidade de onda de pulso carótida-femoral, VOPCF), pressão arterial (PA, Finômetro), frequência cardíaca (FC, Eletrocardiograma), consumo de oxigênio de pico (V̇O2pico, Teste de exercício cardiopulmonar) foram mensurados. Além disso, experimentos inovativos em cultura celular, usando células endoteliais de aorta de humanos (HAEC) e exposição ao plasma dos pacientes foram usadas para avaliar a produção de NO estimulada por acetilcolina e a bioatividade das ERO
Resultados
SCM foram avaliadas aproximadamente 8 anos (±2 anos) após a conclusão do tratamento oncológico. ANSM (frequência e incidência) foram maiores em SCM do que nos controles (p<0.001 para ambos). Além disso, a DMFAB e o V̇O2pico foram significativamente menores em SCM do que nos controles (p<0.001). No entanto, não houve diferenças significativas entre os grupos em relação à VOPCF, PA e FC (p>0.05). Do ponto de vista celular foi observado que ERO foi maior nos SCM em comparação aos controles (p=0.02) e a produção de NO teve uma tendência a ser menor (p=0.08). Notavelmente, a frequência e a incidência de disparos da ANSM foram inversamente associadas com V̇O2pico ou DMFAB (p<0.05).
Conclusões
Nossos achados demonstram que SCM têm hiperativação neural simpática, disfunção vascular associada ao aumento de ERO, e redução na biodisponibilidade de NO e, reduzida capacidade de exercício. Esses achados ajudam a explicar em parte o aumento do risco de DCV em SCM.
Palavras Chave
Atividade simpática; endotélio; Rigidez Arterial; Pressão arterial; Capacidade funcional
Área
Cardio-oncologia
Categoria
Pesquisador
Instituições
Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino - Rio de Janeiro - Brasil, Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino - São Paulo - Brasil, Instituto do Coração, Hospital das Clínicas HCFMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
João Eduardo Izaias, Bruna Emy Ono, Artur Sales, Camila Souza Nunes, Gabrielly Mel Pinto Soares Silva , Laura Testa, Renata Moll, Allan Robson Kluser Sales