Dados do Trabalho
Título
Endocardite Infecciosa: Caso Desafiador, Tratamento Individualizado
Introdução e/ou Fundamento
A endocardite infecciosa (EI) em valva protética é a forma mais grave da doença e aquela relacionada aos implantes valvares percutâneos aórticos apresentam incidência de 0,3-1,9 por 100 pacientes-ano. O diagnóstico e o tratamento são desafiadores, e a mortalidade hospitalar varia de 16% a 36%.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Paciente de 81 anos, em tratamento radioterápico para câncer de próstata, portador de insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção reduzida de etiologia valvar (prolapso mitral), já submetido a três procedimentos de substituição valvar, o último há dois anos via percutânea (“valve in valve”). Internado em unidade cardiointensiva devido à descompensação infecciosa da IC, atribuída inicialmente à pneumonia bacteriana. Ecocardiograma transtorácico apresentou imagem aditiva em prótese mitral. Ecocardiograma transesofágico confirmou a presença de vegetação aderida às hastes, folhetos e anel da prótese, além de regurgitação paraprotética grave (Figura). As hemoculturas foram positivas para Corynebacterium coyleae, e foi optado por tratamento conservador com antibióticos mediante às condições técnicas associadas à cirurgia e ao elevado risco cirúrgico do paciente. Atualmente, encontra-se na segunda semana de antibioticoterapia guiada por teste de sensibilidade ao antimicrobiano (TSA), mantendo estabilidade clínica.
Discussão
O diagnóstico de EI de valva protética é difícil e, frequentemente, as manifestações clínicas são atípicas. Os pilares diagnósticos continuam sendo a ecocardiografia e a microbiologia, mas a medicina nuclear vem ganhando espaço nos últimos anos. Quanto ao tratamento, a distinção entre EI de prótese valvar precoce e tardia com base no tempo desde a cirurgia valvar é importante, pois aponta para perfis microbiológicos diferentes. Todavia, o tratamento deve ser balizado pelo resultado da hemocultura-TSA. Quanto à substituição valvar, esta conduta precisa ser individualizada, levando-se em consideração aspectos clínicos do paciente, grau da disfunção protética e insuficiência cardíaca, e o germe isolado.
Palavras Chave
endocardite infeciosa; implante de prótese valvar cardíaca; diagnóstico precoce.
Área
Outros
Categoria
Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)
Instituições
Hospital e Clínica São Vicente - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Sarah Telerman, Alexandre Bahia, André Casarca, Daniela Fernandes, Juciara Matos , Lilian Carestiato, Paolo Villela, José Kezen