41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

DAC: Diagnóstico anatômico ou Funcional?

Introdução e/ou Fundamento

A DAC continua sendo a principal causa de morte no mundo. Consequentemente, há interesse crescente no diagnóstico de DAC. Qual ferramenta diagnóstica seria a mais adequada para esta finalidade? Não é recomendado o rastreamento de rotina de DAC em assintomáticos com baixo risco cardiovascular. Naqueles com risco intermediário, os exames mais adequados, levando em consideração o julgamento clínico e o risco- benefício do exame, assim como a possibilidade pré-teste de um determinado exame, são estes o teste ergométrico (TE) convencional e a cintilografia tomografica de perfusão miocárdica. 

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Homem de 66 anos com história de: DM2, dislipidemia, hipertensão arterial e história familiar de DAC. Nega tabagismo e realiza exercícios. Realizou cintilografia miocárdica em 0dezembro de 2022, onde o TE máximo foi sem critérios para isquemia miocárdica esforço-induzida. Porém, as imagens mostraram presença de isquemia miocárdica nos segmentos apical, láteroapical e ínfero-apical do ventrículo esquerdo e apresentou anormalidade da função segmentar apical no período do pós-esforço. A cinecoronariografia, realizada em  dezembro de 2022, mostrou DAC obstrutiva multiarterial. Realizou Revascularização Miocárdica Cirúrgica final de dezembro de 2022 com colocação de 5 pontes.

Discussão

O Teorema de Bayes foi aplicado à ergometria com grande sucesso e estendido posteriormente a múltiplas áreas da medicina interna, juntamente com os conceitos já conhecidos de falso positivo, falso negativo, sensibilidade e especificidade. Um teste de esforço (TE) com resposta não isquêmica e coronariografia alterada deve ser interpretado como “falso negativo para doença obstrutiva coronariana” e não como “falso negativo para isquemia do miocárdio”. A probabilidade pré-teste de DAC em uma população com determinadas características influencia o risco pós-teste de existir doença coronariana. Um resultado positivo no teste ergométrico é provavelmente verdadeiramente positivo (isto é, com baixo risco de falso positivo) em uma população com um risco pré-teste alto para DAC, enquanto que um teste negativo é provavelmente um falso negativo. Por outro lado, em uma população com risco pré-teste baixo de doença coronariana, um teste ergométrico positivo por alterações no segmento ST durante o esforço está pouco associado com a presença de doença coronariana. Logo, o resultado de um teste ergométrico deve levar em conta o perfil de risco para doença coronariana da população estudada.

Palavras Chave

DAC; Isquemia Miocárdica; Testes Diagnósticos; Falsos Negativos.

Área

Doença Coronária

Categoria

Pesquisador

Instituições

UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Mauro Alves