41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

O papel da angiotomografia de coronárias como método de rastreio de doença aterosclerótica.

Introdução e/ou Fundamento

A Doença Aterosclerótica Coronariana (DAC) é uma patologia multifatorial, de curso silencioso e de instalação a longo prazo. Sua associação com eventos cardiológicos de maior morbimortalidade já está bem estabelecida. Contudo, poucos estudos documentaram o surgimento e progressão da placa aterosclerótica, principalmente por ser uma enfermidade silenciosa até atingir o grau de estenose significativa (normalmente acima de 70% de obstrução da luz da artéria), no qual os sintomas já se apresentam como sinal tardio de doença avançada. Nesse contexto, a Angiotomografia (angioTC) de coronárias pode auxiliar na identificação precoce e acompanhamento prospectivo da placa.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente, feminina, de 70 anos com DAC leve desde 2021 apresentou evolução da placa aterosclerótica nos últimos 3 anos. No momento do exame, não apresentava sintomas cardiológicos e sua terapia farmacológica não incluía o uso de estatina para redução dos níveis de colesterol LDL. A realização da angioTC com objetivo de rastreio de DAC subclínica, evidenciou importante progressão da aterosclerose coronariana com lesão estenótica significativa (> 70%). Apesar da lesão ser grave, a ausência de sintomas cardiológicos permite, à luz das evidências científicas atuais, a instituição da terapia medicamentosa otimizada (TMO), associada à mudanças do estilo de vida (como exemplo dieta e atividade física) antes de uma terapia intervencionista.

Discussão

Esse caso anedótico tem por objetivo levantar a discussão sobre a possibilidade do uso da angioTC de coronárias como mais um método no arsenal de rastreio de DAC, inclusive em pacientes assintomáticos, à semelhança da mamografia no rastreio de câncer de mama, e não apenas como estratificação cardiológica não invasiva.  Dentre as vantagens, a possibilidade de acompanhamento prospectivo, a facilidade do método, a rapidez do exame, o baixo potencial de complicações, aliados à disponibilidade cada vez maior, podem ajudar no diagnóstico precoce e no controle DAC. A mudança nos hábitos de vida e a instituição de terapias específicas, antes do surgimento de sintomas em paciente portadores de DAC subclínica, tem grande potencial de reduzir eventos cardiológicos de maior gravidade, bem como evitar ou postergar a adoção de terapias intervencionista de elevado impacto financeiro e social. Embora essa análise não esteja nas diretrizes atuais, tal pratica é frequente no mundo real.

Palavras Chave

exames de imagem; DAC; Angiotomografia coronária; Rastreio; Imagem Cardíaca

Área

Ressonância e Tomografia Cardiovascular

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

CDPI - DASA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

BRUNO LINHARES AZEREDO CORRÊA, Juliana de Araujo Frisso, Paula Favieri de Melo Silva, Mariana Koeche Bessa, Melina Sapi Tavares, Fernanda Mello Erthal Cerbino, Filipe Penna de Carvalho