41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Relação entre a fração de plaquetas imaturas e agregação plaquetária em indivíduos portadores de obesidade

Introdução e/ou Fundamento

O perfil pró-trombótico da obesidade é atribuído a diversos fatores, dentre os quais a disfunção plaquetária tem um papel crucial. Estudos prévios, demonstraram que indivíduos obesos apresentam hiperagregabilidade. Plaquetas recém-formadas são mais reativas que as maduras devido ao alto teor de grânulos e contêm RNA residual derivado de megacariócitos e são chamadas de plaquetas reticuladas ou imaturas. Valores mais elevados de fração de plaquetas imaturas (IPF) são observados em obesos e estão associados a uma maior incidência de desfechos cardiovasculares desfavoráveis na doença arterial coronariana e a uma menor responsividade a antiplaquetários em pacientes com síndrome coronariana aguda. 

Objetivo

Sendo assim, o estudo teve como objetivo investigar a relação das plaquetas imaturas na modulação da agregação plaquetária, em indivíduos portadores de obesidade grau III. 

Materiais e Métodos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional (CEP/HUPE/UERJ, CAAE 68548123.7.0000.5259). Participaram do estudo homens (n=3) e mulheres (n=10) com idade entre 18 e 45 anos (38,4 ± 10,1)  IMC 45,9  ± 5,4 kg/m² , selecionados entre pacientes do Serviço de Atendimento Integral ao Portador de Obesidade (SAI-Ob) do HUPE e do staff da UERJ. Foi realizada uma coleta de sangue para estudos de função plaquetária. O PRP (plasma rico em plaquetas) foi obtido por centrifugações sucessivas do sangue coletado em tubo citrato de sódio 3,8%. A agregação foi realizada em um agregômetro óptico usando ADP como agonista (10 μM)  (Chronolog 490, Chronolog, EUA). A avaliação hematológica das plaquetas imaturas foi feita no Laboratório Central em sangue coletado em tubos com EDTA por um analisador hematológico automático BC-6200 (Mindray, China).

Resultados

Neste estudo, foi observado que os indivíduos obesos exibiram hiperagregabilidade plaquetária (85,62% ± 10,84). Apesar de terem demonstrado valores diversificados de IPF (3,6 ± 3,7%), a correlação entre a agregação plaquetária e o IPF foi estatisticamente significativa, conforme indicado pelo coeficiente de correlação de Pearson (r = 0,5770, p<0,0389).

Conclusões

A partir deste estudo, concluímos que existe uma associação entre o IPF e a hiperagregabilidade plaquetária em indivíduos obesos.  

Palavras Chave

Agregação Plaquetária; plaquetas; obesidade.

Área

Nutrição

Instituições

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Natália Carvalho Martins, Kassiane Machado Dias, Renata Vieira Lima Pinto, Matheus Melo Fabiano, Karynne Grutter Lisboa Lopes dos Santos, Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar, Mariana Siqueira e Medeiros, Cristiane Matsuura