Dados do Trabalho

Título

Impacto das comorbidades cardiovasculares na mortalidade aguda em pacientes internados com COVID-19

Introdução e/ou Fundamento

A pandemia de COVID-19 tem afetado milhões de pessoas em todo o mundo, com uma ampla gama de apresentações clínicas e desfechos. Dentre os fatores de risco que têm sido associados a desfechos adversos, as comorbidades cardiovasculares emergem como importantes determinantes de gravidade e mortalidade.

Objetivo

Avaliar o impacto das comorbidades pré-existentes na mortalidade aguda dos pacientes internados por COVID-19.

Materiais e Métodos

Estudo observacional, retrospectivo, em pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva, com diagnóstico confirmado de COVID-19 por RT-PCR. As comorbidades cardiovasculares avaliadas foram: histórico de doença cerebrovascular ou cardiovascular estabelecida, diabetes, doença renal crônica com clearance < 60ml/min e a presença de fatores de risco como hipertensão, obesidade ou idade > 60 anos. O desfecho primário deste estudo é a mortalidade hospitalar por todas as causas. P < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados

Foram incluídos 1686 pacientes, a idade média foi de 68,8 anos e 68,3% eram do sexo masculino. Ocorreram 246 (14,6%) óbitos no período do estudo. Em análise univariada, observou-se que, nos pacientes com idade > 60 anos, houve maior mortalidade (81,7% x 42,1%, p < 0,001). Além disso, pacientes com doença cerebrovascular (4,5% x 0,5%, p < 0,001), doença arterial coronariana (9,8% x 3,5%, p < 0,001), hipertensão arterial sistêmica (73,6% x 46,2%, p < 0,001), diabetes mellitus (41,9% x 24,6%, p < 0,001) e doença renal crônica (11,4% x 3,5%, p < 0,001) também apresentaram maior mortalidade. Entretanto, não foi observado diferença de mortalidade quanto à presença de obesidade (23,6% x 28,2%, p = 0,1508).  

Conclusões

Em pacientes internados em unidade de terapia intensiva por COVID-19, a presença de comorbidades cardiovasculares associou-se a maior mortalidade hospitalar.

Palavras Chave

comorbidades cardiovasculares; COVID 19; mortalidade.