41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS E INFECÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA

Introdução e/ou Fundamento

Em geral, doenças infecciosas são mais frequentes em pacientes com diabetes mellitus (DM), com potencial de aumentar a morbimortalidade desses pacientes. A maior frequência de infecções em diabéticos é causada pelo ambiente hiperglicêmico que favorece disfunção imunológica (dano à função dos neutrófilos, depressão do sistema antioxidante e da imunidade humoral), micro e macroangiopatias, redução da atividade antibacteriana da urina, do sistema gastrointestinal e maior número de intervenções médicas nesses pacientes. 

Objetivo

Avaliar a probabilidade de pacientes com DM desenvolverem infecção no pós-operatório de cirurgia cardíaca (PO).

Materiais e Métodos

Análise retrospectiva baseada em revisão de prontuário e banco de dados de cirurgias cardíacas de janeiro de 2022 até março de 2023 de um hospital quaternário no Rio de Janeiro. Foram avaliados diferentes tipos de cirurgias cardíacas - 43 cirurgias de revascularização miocárdica isolada e 14 combinadas com troca valvar, 33 cirurgias de troca valvar isolada e 1 reimplante de coronária direita por origem anômala. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 22.

Resultados

A amostra é composta por 91 pacientes, com idade de 68±10 anos, 63 (69,2%) do sexo masculino e 35 (38,4%) portadores de DM. A mediana de internação hospitalar foi de 10 (IC95%=7-13) dias e de 4 (IC95%=2-6) dias em unidade de terapia intensiva. No PO imediato até a alta hospitalar, 14 pacientes (15,4%) evoluíram com infecção - 6 pneumonias, 4 translocações bacterianas, 1 infecção de corrente sanguínea, 1 flebite importante, 1 infecção de esterno e 1 infecção do trato urinário. O tempo médio de instalação das infecções foi de 6±4 dias. A proteína C reativa (PCR) aumentou de 3,9±2,7mg/dL no PO imediato para 17,5±14,5 mg/dL antes do início da antibioticoterapia, um aumento em torno de 6 vezes. Entre os infectados, 9 (64,3%) tinham DM e 5 (35,7%) não tinham DM (P=0,03). Pela razão de verossimilhança a probabilidade de um paciente diabético desenvolver infecção no PO foi de 17%, ou seja, aproximadamente 1 de cada 5 diabéticos submetidos à cirurgia cardíaca desenvolveu infecção.

Conclusões

Esse estudo sugere que os pacientes com DM possuem maior risco de infecção no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Palavras Chave

Diabetes Mellitus; infecção; Cirurgia Cardíaca.

Área

Cirurgia Cardiovascular

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Natália da Silva Pais, Nathália Ferreira Palomo Valle, Alice Garcia Viega dos Santos, Marye dos Santos Xavier, Antônio Sérgio Cordeiro da Rocha, Fernando Oswaldo Dias Rangel, Ana Luiza Ferreira Sales