Dados do Trabalho
Título
Dor Torácica Típica e Angina Microvascular
Introdução e/ou Fundamento
Introdução: A disfunção microvascular coronariana é definida como a síndrome clínica de angina, alterações isquêmicas eletrocardiográficas na ausência de DAC obstrutiva, é desencadeada por inflamação sistêmica de baixo grau induzida por fatores de risco cardiovascular convencionais. A fisiopatologia básica envolve vasodilatação microvascular prejudicada, levando a um aumento inadequado no fluxo sanguíneo para atender às demandas de oxigênio do miocárdio.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Relato do Caso: DMP, história prévia de HAS, obesidade, ablação de TSVP, em acompanhamento ambulatorial devido a quadro de dor torácica típica (dor em aperto associado a esforço físico). ECG basal sem alterações. ECOTT com FSVE preservada sem alteração segmentar (FE=70%). Cintilografia miocárdica com dipiridamol sem isquemia. Solicitada angiotomografia de artérias coronárias: presença de aterosclerose coronariana de grau leve (Escore de cálcio=23).RNM cardíaca sem alterações. Encaminhada para investigação de tubo digestivo com EDA e esofagomanometria sem alterações significativas. Persistindo o quadro de dor torácica mesmo com duplo produto controlado, optamos por realização de cintilografia miocárdica e avaliação da reserva de fluxo coronariano (CFR), sendo portanto submetida a cintilografia miocárdica com protocolo de CFR (estresse com dipiridamol ,sestamibi-99mTc e aquisição em gama-câmara com detector CZT). O exame mostrou ausência de isquemia induzida pelo estresse farmacológico, reserva de fluxo miocárdico global e por território coronariano reduzidas com comprometimento maior em território da coronária direita. Associado betabloqueador a terapia farmacológica com melhora significativa do quadro álgico. Paciente conseguiu iniciar atividade física e houve melhora da capacidade funcional.
Discussão
Discussão: A DMC normalmente resulta de vasodilatação prejudicada e/ou vasoconstrição excessiva. A avaliação invasiva da microcirculação coronária pode estratificar a terapia anti-isquêmica e guiar o melhor tratamento para o paciente. Os protocolos com a avaliação de fluxo miocárdico e da reserva de fluxo coronariano podem auxiliar na estratificação de risco desses pacientes, assim como descartar isquemia significativa. Os pacientes com angina microvascular são os que mais se beneficiam dessas novas ferramentas. No caso acima exposto, foi importante descartar a isquemia e confirar a alteração de perfusão na microvasculatura coronariana já que os exames pra estratificação foram normais.
Palavras Chave
angina; microvascular; reserva de fluxo
Área
Cardiologia Clínica
Categoria
Pesquisador
Instituições
Hospital Norte D'OR - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Nathalia Duarte Camisão, Renata Mexias Abdala Felix, Anna Karla de Souza Amaral Alonso, Mariana Moreno Canario da Silva, Natalia Domingues Paes Leme de Souza, Miguel Angelo Ribeiro, Andre Pazos Teixeira