41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Gestante com membrana subaórtica e comunicação interventricular com indicação cirúrgica

Introdução e/ou Fundamento

A membrana subaórtica é causa de estenose aórtica (EAo) e representa 1% das doenças cardíacas congênitas. Ela é caracterizada por uma membrana tipicamente muscular logo abaixo da válvula aórtica, causando obstrução ao fluxo sanguíneo através da via de saída do ventrículo esquerdo (VE). Uma gestação numa paciente com EAo grave é considerada de alto risco, sendo portando, importante um planejamento familiar. Mesmo assim, muitas vezes nos deparamos com pacientes que engravidam e não é fácil a decisão de levar adiante uma gestação que envolve tanto risco materno-fetal.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Feminina, 23 anos, portadora de membrana subaórtica e comunicação interventricular, com história de miectomia septal e comissurotomia valvar, evoluindo com bloqueio átrio-ventricular total e implante de marcarpasso em 2011, interna para avaliação de segunda abordagem cirúrgica por piora de classe funcional com dispneia NYHA III, ortopneia e edema com resposta insatisfatória ao ajuste medicamentoso. O ecocardiograma evidenciou membrana subaórtica de 0,4 cm, envolvendo via de saída do VE, gerando aceleração de fluxo com gradiente médio de 56mmHg. A mesma referiu possibilidade de gestação, confirmado por dosagem de beta-HCG. Mantido acompanhamento por serviço de obstetrícia que cogitou interrupção da gestação ainda no primeiro trimestre por alto risco materno-fetal, quando a mesma evoluiu com edema agudo de pulmão após quadro infeccioso, porém após compensação clínica a paciente manteve-se estável hemodinamicamente e, por desejo da mesma de prosseguir com a gestação e pela ausência de critérios formais de interrupção (função de VE preservada, ausência de arritmia grave e compensação clínica) optou-se por acompanhamento ambulatorial obstétrico e cardiológico a cada 15 dias.  Manteve-se então em NYHA II. Por volta da 29 semana começou um quadro de congestão com necessidade de diurético de alça inicialmente por via oral, porém, interna com piora da congestão e hipotensão associada e, portanto, com indicação de interrupção da gestação, que aconteceu na 31 semana.

Discussão

A paciente tinha um forte desejo de prosseguir com a gestação apesar de informada do alto risco materno-fetal, o que foi atendido pelos médicos que a assistiram intensificando o acompanhamento ambulatorial. A evolução clínica dessas pacientes é muito variável e, portanto, segue sendo importante a particularidade de cada caso quanto ao acompanhamento, tratamento e interrupção ou não da gestação.

Palavras Chave

Estenose Subaórtica Fixa; Gravidez de Alto Risco; Cardiopatias Congênitas.

Área

Cardiopediatria e Cardiopatias Congênitas

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Luiza Fonseca Brandão, Rafaela Vieiralves João Izzo Pinto, Nathalia Wanderley Monçores Velloso, Maria Carolina Terra Cola, Cíntia Ribas Souza, Flávia Cunha dos Santos, Roberta Siuffo Schneider Duque