41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Ângulo de fase e sua relação com força de preensão manual e massa muscular apendicular em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada 

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa de alta prevalência clínica. Na literatura, tem sido descrito que a força de preensão manual (FPM) é um forte indicador da capacidade funcional em cardiopatas, os quais apresentam sua redução com o envelhecimento. O Ângulo de fase (AF) é uma variável obtida pela análise de bioimpedância (BIA) e é um indicativo da integridade da membrana celular e da saúde em indivíduos. De modo geral um AF maior está relacionado a um melhor prognóstico e a uma maior força muscular na população em geral.

Objetivo

Correlacionar o AF com parâmetros de força e quantidade muscular em pacientes internados com IC descompensada.

Materiais e Métodos

Estudo observacional transversal com pacientes adultos e idosos, de ambos os sexos, internados por IC descompensada em hospital particular. Foram aferidos, em até 48 horas após admissão hospitalar, massa corporal, estatura, circunferência de panturrilha (CP), AF pela BIA, FPM por dinamometria, calculado o índice de massa corporal (IMC) e a massa muscular apendicular (MMA) pela equação de Yoshida et al. (2014). Foram coletados do prontuário hospitalar dos pacientes os exames bioquímicos de lipidograma e fração de ejeção (FE). Foram utilizados os testes de correlação de Pearson ou Spearman e considerado significativo p<0,05. Os dados foram apresentados como média±desvio-padrão ou mediana (intervalo interquartil). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE 82849417.9.0000.5243).

Resultados

Foram avaliados 82 pacientes com idade de 72±17 anos, sendo 57,3% (n=47) do sexo masculino. O grupo apresentou colesterol total de 137,3±38,0 mg/dL, triglicerídeos de 89,0 (73,0-148,0) mg/dL, HDL 37,0 (31,0-45,0) mg/dL e LDL 74,0 (58,5-93,2) mg/dL, FE de 44,4±18,2%, IMC=29,3±7,0kg/m², FPM=24,0±12,3kgf, CP=36,0±6,0cm, MMA=26,0±7,7kg, e o AF de 5,5 (1,9)º. Na análise de correlação com o AF, os resultados foram para FPM: r=0,455, p<0,0001 e IC95%[0,255; 0,617], MMA: r=0,338, p=0,0019 e IC95%[0,124; 0,522], e para CP: r=0,299, p=0,0093 e IC95%[0,070; 0,497].

Conclusões

Os achados destacam o potencial clínico do AF, medido pela análise de BIA, como um indicador de maior risco de comprometimento da função e quantidade muscular dos pacientes internados com IC descompensada, e consequentemente, pior prognóstico. O AF apresentou-se como um método de avaliação mais prático e rápido, permitindo uma possível triagem na prática clínica.

Referências Bibliográficas (OPCIONAL)

1-Doi:10.9771/cmbio.v22i1.52996. 2-Doi:10.1016/j.nut.2023.112163. 3-Doi:10.3791/65660. 4-Doi:10.1111/ggi.12177.

Palavras Chave

Impedância Elétrica; Força Muscular.

Área

Nutrição

Instituições

Hospital Quinta D’Or - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Flávio Andrade Camacho, Lorrane Cruz Garcia Maia, Gabriella Vidal Gonçalves, Débora Leite Ferreira, Maria Fátima Martins Gil Dias, André Casarsa Marques, Renata Frauches Medeiros, Andrea Cardoso Matos