Dados do Trabalho
Título
Avaliação da capacidade funcional de pacientes com doenças cardiovasculares através do teste de marcha estacionária de 2 minutos: um estudo piloto.
Introdução e/ou Fundamento
As doenças cardiovasculares são a maior causa de mortalidade no mundo e contribuem para o declínio funcional. O teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) é muito utilizado para avaliação funcional, pois é facilmente realizado. A avaliação da capacidade funcional permite uma abordagem ampla do indivíduo. Instrumentos validados e de fácil aplicação podem e devem ser utilizados como medida de avaliação e de reavaliação dos pacientes. Estudos revelam que a redução na capacidade funcional e aeróbica são preditores de morbimortalidade. Pedrosa e Holanda (2009), utilizando o teste de marcha estacionária de 2 minutos (TME2’) observou uma relação intrínseca entre a resistência cardiovascular e a mobilidade funcional. O TME2’ pode ser útil dada a sua praticidade e rapidez na aplicação, fácil reprodutibilidade e necessidade de pequeno espaço físico para a sua realização.
Objetivo
Avaliar a capacidade funcional de pacientes com doença cardiovascular, estáveis hemodinamicamente e internados em unidade cardio-intensiva (UCI) através do TME2’.
Materiais e Métodos
Participaram do estudo 86 pacientes escolhidos aleatoriamente para realizar o TME2’. Foram mensurados a escala modificada de Borg, frequência cardíaca e pressão arterial antes e após o teste e o número de elevações do joelho do membro inferior direito acima da metade inferior do membro contralateral, por 2 minutos. Os critérios de exclusão foram instabilidade hemodinâmica, incapacidade de realização ou compreensão do teste e presença doença pulmonar.
Resultados
Foram excluídos 12 pacientes. A média de idade foi de 69 anos. 30 eram do sexo masculino e 44 do sexo feminino. Não houve evento adverso durante ou após a realização do teste. Houve variação na frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica, com elevação de todos, podendo inferir que há alteração hemodinâmica com a realização do teste. A saturação periférica de oxigênio foi o parâmetro com menor variação (< 2%). A avaliação do cansaço através da escala Modificada de Borg variou de 0 a 9. A média de elevações do membro inferior foi de 58, sendo que 12,1% dos pacientes que fizeram maior número de elevações (acima de 80) tinham idade menor que 60 anos.
Conclusões
O TME2' parece ser uma boa ferramenta para avaliação funcional. O estudo mostra que os pacientes ao terem alta da UCI já possuem redução da capacidade funcional.Ademais, a realização do teste mostrou-se segura. Mais estudos devem ser realizados para validar o TME2’ nesse perfil de pacientes e ainda, correlacionar com questionário qualidade de vida.
Palavras Chave
Avaliação funcional; Teste de marcha estacionária de 2 minutos; Doença cardiovascular; escala modificada de Borg
Área
Fisioterapia
Instituições
Hospital Quinta D'Or - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Vinícius Marinho Coelho, Sheila Lima Abdala, Juan Carlos Lima, Maria Elizabete Macedo, Graziele Maciel Freire