Dados do Trabalho
Título
Disparidades Regionais na Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Brasil: Uma Análise de Tendência de 1980 a 2019
Introdução e/ou Fundamento
As disparidades regionais na mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil representam um tema de profunda relevância para a compreensão dos desafios enfrentados pelo sistema de saúde do país.
Objetivo
Este estudo visa analisar as tendências de mortalidade por Doença Arterial Coronariana (DAC) e Doença Isquêmica do Coração (DIC) no Brasil entre 1980 e 2019, explorando a associação entre as taxas de mortalidade padronizadas por idade e indicadores socioeconômicos como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS).
Materiais e Métodos
Foram utilizados dados de mortalidade por DAC e DIC, obtidos dos registros nacionais de saúde, abrangendo um período de quatro décadas. As taxas de mortalidade padronizadas por idade foram calculadas e comparadas entre as cinco regiões geográficas do Brasil. A análise estatística incluiu a correlação de Pearson para examinar a relação entre as taxas de mortalidade e os indicadores socioeconômicos.
Resultados
O Brasil registrou um total de 10.836.004 óbitos por DAC e 3.264.828 por DIC durante o período de estudo. Nacionalmente, as taxas de mortalidade padronizadas por idade mostraram uma tendência de queda significativa, de 233,26 para 111,58 por 100.000 habitantes para DAC, e de 65,15 para 36,16 por 100.000 habitantes para DIC. Entretanto, essa tendência não foi uniforme em todo o país, com reduções marcantes nas regiões Sul e Sudeste, estabilidade no Norte e Centro-Oeste, e um aumento no Nordeste. A análise revelou uma correlação inversamente proporcional entre as taxas de mortalidade e o IDHM, com coeficientes de 0,89 para DAC e 0,84 para DIC, e uma correlação diretamente proporcional com o IVS, com coeficientes de 0,49 para DAC e 0,53 para DIC.
Conclusões
Os resultados destacam uma redução significativa na mortalidade por DAC e DIC no Brasil entre 1980 e 2019. No entanto, as disparidades regionais indicam a necessidade de políticas públicas específicas que considerem as condições socioeconômicas locais. A forte correlação entre as taxas de mortalidade e indicadores como IDHM e IVS sugere que a melhoria das condições de vida e a redução da vulnerabilidade social são estratégias fundamentais para o controle das doenças cardiovasculares no país.
Palavras Chave
Disparidade; Regionais; Cardiovasculares;
Área
Outros
Instituições
UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Lua Cavalcante Vilaça Lima , Luiz Antonio Viegas de Miranda Bastos, Paolo Blanco Villela, Adriano Henrique Gomes Menezes, Maria Julia Jurkovich, Marnie Hillary Carvalho Leão, Mariana Balbi Pacheco, Glaucia Maria Moraes de Oliveira