Dados do Trabalho
Título
Seguimento tardio de stent previamente implantado em técnica de Chaminé Stent em procedimento transcateter valvar aórtico (valve in valve aórtico).
Introdução e/ou Fundamento
O implante valvar aórtico transcateter (TAVI) é um tratamento bem estabelecido para estenose aórtica grave, em pacientes com risco cirúrgico elevado, moderado e, mais recentemente, em pacientes com baixo risco. A oclusão coronariana é uma complicação rara, mas grave, da TAVI principalmente em valve in valve. A proteção da artéria coronária com a técnica de chaminé pode reduzir esses riscos durante o procedimento. Este artigo visa a relatar o re-estudo dessa técnica com objetivo de avaliar o resultado angiográfico tardio desses pacientes.
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Mulher, 79 anos, submetida à valvoplastia cirúrgica em 2009, seguida de troca valvar aórtica. Evolui com nova estenose aórtica importante ao ecocardiograma (área valvar= 0,5cm²). Devido ao risco cirúrgico opta-se pela troca valva transcater. Apresenta baixa altura de coronária esquerda e diâmetro pequeno do seio de valsalva, importantes preditores de oclusão aguda de coronária. Em 2020 é submetida a implante transcateter valvar aórtico em válvula biológica com proteção coronária através do implante de stent em coronária esquerda pela técnica de chaminé, que consiste em posicionar um stent, no tronco da coronária esquerda, com protrusão de, pelo menos, um terço do seu comprimento para aorta e liberado simultaneamente ao implante da prótese valvar aórtica (Evolut 23). Em 2021, devido à nova queixa de dispneia, optou-se pela realização do re-estudo angiográfico, com ultrassom intracoronário, como métodos invasivos elucidativos, e por se tratar de possibilidade de perda luminal em tronco de coronária esquerda, de difícil verificação por métodos investigatórios não-invasivos. O estudo angiográfico demonstrou resultado do stent mantido, Bioprótese aórtica Evolut normofuncionante com gradiente de pico (VE-AO) leve (10mmHg). Ultrassom intracoronário com imagem de stent em tronco de coronária esquerda bem expandido e boa área luminal mínima (>10mm²).
Discussão
A TAVI tem sido a abordagem preferencial em pacientes de alto risco cirúrgico. Dentre as possíveis complicações da TAVI, há de se destacar a oclusão coronariana, pela sua alta morbimortalidade. A possibilidade de obstrução coronariana no valve in valve é maior do que em válvulas aórticas nativas, principalmente em casos de baixa altura coronariana, como no caso em questão. Uma das estratégias de prevenção da oclusão coronariana é a técnica de chaminé (chimney stenting), usada nesse relato e que mostrou ótimo resultado seu seguimento tardio.
Palavras Chave
TAVI; Oclusão arterial; TÉCNICA DE CHAMINÉ
Área
Cardiologia Intervencionista
Categoria
Pesquisador
Instituições
Copa Dor - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
José Fábio Almiro da Silva, Leticia Homsaniv Belo Pereira, Felipe Maia, Maurício Sales de Oliveira, Tarcisio Pascoal, Thales Cardoso Whately, Cleverson Neves Zukowski