41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Endocardite Neonatal

Introdução e/ou Fundamento

A Endocardite Infecciosa (EI) caracteriza-se por colonização ou invasão de um agente microbiano nas valvas cardíacas e no endocárdio mural, resultando na formação de vegetações volumosas e friáveis, bem como na destruição dos tecidos cardíacos subjacentes. A EI no período neonatal (primeiros 28 dias de vida) é uma doença rara. Até a década de 1980, o diagnóstico da doença em neonatos era quase sempre através de necropsia.

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Antecedentes maternos: 27 anos G2/P2/A1, sorologias negativas, sem outras intercorrências. RN do sexo masculino, idade gestacional de 41 semanas e 1 dia. Apresentou cordão com artéria umbilical única e ânus imperfurado, sendo encaminhado à UTI neonatal de um hospital escola situado na região serrana do estado do Rio de Janeiro. No período, foi realizada uma punção em veia jugular interna direita, quatro inserções de cateter central com infusão periférica. Apresentou ainda três hemoculturas positivas para Staphylococcus coagulase. Ao trigésimo oitavo dia de vida, apresentou ecocardiograma com hipertensão pulmonar (PSAP 80), insuficiência aórtica moderada a grave, com imagem sugestiva de vegetação em folheto coronariano e persistência de canal arterial amplo. Evoluiu com sepse tardia, choque séptico, mesmo em vigência de antibiótico terapia de amplo espectro. Paciente veio a óbito ao quadragésimo quinto dia de vida.

Discussão

A EI no período neonatal é uma doença de difícil diagnóstico, mostrando-se necessária uma investigação minuciosa, sendo mais comum em recém nascidos que estão sob cuidados intensivos por grandes períodos. A clínica da endocardite infecciosa, sobretudo no período neonatal, tem caráter inespecífico, em que o paciente pode apresentar febre, desconforto respiratório, anorexia, sopro cardíaco, taquicardia, insuficiência cardíaca e hipotensão. A presença de cardiopatia congênita é considerada um importante fator de risco, sendo observada em 8% dos neonatos com endocardite, porém a grande maioria dos neonatos com EI não tem doença cardíaca subjacente, nessas o cateter venoso central, a formação de trombo e colonização bacteriana ou fúngica representam a forma mais comum de infecção do endocárdio. É importante estar atento aos fatores de risco, sobretudo invasões com catéter venoso central,  possíveis condições anatômicas predisponentes, população mais acometida, bem como aos critérios diagnósticos (Critérios da Duke University) para endocardite infecciosa e aos seus tratamentos, para que sejam instituídos de maneira acurada.

Palavras Chave

Endocardite Neonatal; Sepse Tardia

Área

Cardiopediatria e Cardiopatias Congênitas

Categoria

Iniciação Científica (Alunos de Graduação em Medicina)

Instituições

Faculdade de Medicina de Petrópolis - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Rafael Couto Figueirinha, Rafael de Carvalho Chimelli, Maria Eduarda Miranda e Silva de Sá Earp, Maria Fernanda Cavalcanti Ceppas Teixeira, Gabriel Couto Figueirinha