Dados do Trabalho
Título
Fibrilação atrial pré-excitada: diretrizes para o generalista
Introdução e/ou Fundamento
A pré-excitação ventricular é uma condição rara (0,1-3% da população mundial),que, quando associada a taquiarritmias sintomáticas, caracteriza a síndrome deWolff-Parkinson-White.1,2 O período refratário da via acessória, em geral, é menor que o da via normal, propiciando arritmias. A segunda taquiarritmia mais comum nesses pacientes é a fibrilação atrial (FA), com risco de degeneração para a fibrilação ventricular (FV) e morte súbita. Objetivo: Reforçar as atuais diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para o manejo da FA pré-excitada por médicos generalistas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)
Descrição do caso: Homem, 39 anos, previamente hígido, compareceu na UPA por episódio súbito de palpitações, sudorese profusa, náusea, vômitos e tontura, após ingerir um suplemento de cafeína e taurina. Ao exame, ligeiramente hipotenso (PA 90x60 mmHg), com 150 a 180 batimentos por minuto, sem demais alterações. Submetido ao eletrocardiograma (ECG), apresentado a seguir (Figura 1). Figura 1. FA de alta resposta ventricular, com períodos de condução pela via acessória. Menor intervalo RR = 240 ms. ECG realizado às 00:11. Até aquele momento, havia sido administrada uma ampola de metoprolol, sem melhora. Realizada teleconsultoria com equipe de cardiologia após 10 minutos, que orientou cardioversão elétrica sincronizada (CVES). Houve retorno ao ritmo sinusal com 100 joules (Figura 2). Figura Figura 2. ECG pós CVES. Ritmo sinusal com pré-excitação ventricular por via acessória póstero-septal esquerda - ondas deltas positivas em V1 (vermelho) e negativas em DII, DIII, aVF (azul).
Discussão
Na FA pré excitada de alta resposta ventricular (sobretudo com intervalos RRinferiores a 250 ms) há maior potencial de degeneração para FV e morte súbita.3,4,7 Aconduta preconizada é a CVES, devendo-se evitar o uso de betabloqueadores, bloqueadoresde canal de cálcio, digoxina e adenosina, que podem exacerbar a condução pela via acessória e, assim, piorar o desfecho do paciente.5 Em casos estáveis hemodinamicamente, o uso endovenoso de amiodarona como alternativa à CVES ainda é controverso.6 Conclusão Dada a natureza potencialmente fatal da FA em pacientes com WPW, sobretudo se incorretamente medicados, todos os médicos devem ser capacitados a reconhecer e manejar os casos no contexto de emergência. Bibliografia
Referências Bibliográficas (OPCIONAL)
Palavras Chave
Arritmia; Wolf-Parkinson-White; Fibrilação atrial subclínica
Área
Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia
Categoria
Pesquisador
Instituições
BP - A BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SP - São Paulo - Brasil
Autores
RODRIGO OLYNTHO DE ALMEIDA, CAMILLA ROSARIO CHIORINO, Marcela Usberti Gutierre