41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

Combinação de marcapasso sem eletrodo e cardioversor desfibrilador em paciente com endocardite infecciosa de difícil tratamento

Introdução e/ou Fundamento

A endocardite infecciosa é uma condição grave e potencialmente fatal tanto em pacientes portadores de prótese cardíaca valvar quanto em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, sendo a taxa de mortalidade da endocardite de etiologia fúngica nesses pacientes em torno de 40-60%, de acordo com a literatura. Entre as complicações relacionadas a dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), a infecção apresenta morbidade entre 6 a 14%, com mortalidade de aproximadamente 20% em um ano, incluindo o período após a alta hospitalar. A principal abordagem terpêutica nos pacientes portadores de próteses cardíacas e complicação infecciosa envolve a extração completa do sistema. Sendo a estratégia para o novo implante pós extração uma decisão muitas vezes difícil. Atualmente, visando menor risco de complicação infecciosa, existem o marcapasso atrioventricular epicárdico, o marcapasso sem eletrodo (leadless pacemaker) e o cardioversor-desfibrilador subcutâneo (SICD).

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente do sexo masculino, 77 anos, portador de cardiomiopatia hipertrófica, com passado de miectomia, troca valvar mitral biológica em 2014 e implante de CDI em 2012. Realizou troca de unidade geradora do CDI durante internação hospitalar por fibrilação atrial. No pós operatório evoluiu com febre e hematoma de loja da unidade geradora, tratado de maneira conservadora. As culturas iniciais de sangue e urina foram negativas. Ecocardiograma transesofágico mostrou aneurisma apical com imagem sugestiva de trombo intracavitário, sem vetagação. Evoluiu coom dispneia e dessaturação, tendo realizado tomografia de tórax que evidenciou espessamento cutâneo e densificação do subcutâneo junto ao marcapasso e infiltrado pulmonar bilateral compatível com SDRA, sendo necessária ventilação mecânica. Neste momento foi realizada extração do sistema (unidade geradora e eletrodos), com implante de eletrodo de fixação ativa para estimulação provisória. Durante a internação o paciente apresentou novas bacteremias, sendo realizadas mais duas trocas de eletrodo de fixação ativa. Ecocardiograma transesofágico visualizou estrutura ecogênica, filamentar, de contorno irregular, no interior do átrio direito, sugestiva de vegetação aderida ao cabo de marcapasso e hemocultura positiva para Candida parapsilosis. Após controle infeccioso e culturas negativas, foi realizado implante de marcapasso sem eletrodo e CDI subcutâneo.

Discussão

As novas opções de DCEI são efetivas e apresentam menor risco de complicações infecciosas.

Palavras Chave

endocardite infeciosa; marcapasso; CDI

Área

Arritmias, Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia

Categoria

Pesquisador

Instituições

Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Samaritano - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Gustavo Vignoli dos Santos, Jessica Araujo, Charles Slater, Luiz Antonio Inacio de Oliveira Junior, Natalia da Silva Pais, Eduardo Benchimol Saad