41º Congresso SOCERJ

Dados do Trabalho


Título

RISCOS E BENEFÍCIOS DA REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA NA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CORONÁRIA NO TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO

Introdução e/ou Fundamento

A decisão pela revascularização miocárdica em pacientes com doença aterosclerótica coronariana (DAC), cirúrgica ou percutânea, pode ser justificada para controlar sintomas ou aumentar a sobrevida. A estratificação coronariana anatômica é amplamente utilizada na tomada de decisão, porém pode ser insuficiente, principalmente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Dito isto, determinar a probabilidade de benefício da cirurgia de revascularização miocárdica nestes pacientes é fundamental e continua a ser um desafio clínico na prática. 

Relato do Caso (Descrição Objetiva do Caso)

Paciente do sexo masculino, 80 anos, com hipertensão arterial, diabetes e cardiopatia isquêmica com fração de ejeção levemente reduzida, internado por IC aguda com perfil hemodinâmico tipo B e fibrilação atrial com alta resposta ventricular. Após descartar trombose intracavitária, foi realizada cardioversão elétrica com sucesso e iniciada anticoagulação. A cineangiocoronariografia realizada em internação anterior (< 6 meses) evidenciou reestenose tipo II em stent implantado em coronária direita. Na época conduzido de forma conservadora. Optou-se por realizar estratificação funcional com ressonância cardíaca, que evidenciou 15% de massa infartada sem viabilidade miocárdica. Optou-se por otimizar o tratamento farmacológico para DAC e IC. O paciente recebe alta hospitalar com orientação para manter acompanhamento ambulatorial com cardiologista e realizar reabilitação cardiopulmonar.

Discussão

A disfunção miocárdica em pacientes com DAC pode ou não ser reversível quando a revascularização cardíaca é realizada. Determinar a probabilidade de benefício deste procedimento é fundamental na indicação do tratamento do miocárdio hibernante com restauração do fluxo coronariano. Para tanto, a avaliação da viabilidade miocárdica por meio da estratificação funcional apoiada por exames de imagem, ecocardiografia, ressonância magnética ou tomografia por emissão de fóton único pode avaliar a integridade celular. De forma complementar, o uso da dobutamina avalia a reserva contrátil e a tomografia por emissão de pósitrons avalia o metabolismo celular. Neste caso clínico, a utilização da ressonância cardíaca descartou o possível benefício da revascularização miocárdica e contribuiu para a estimativa prognóstica pela quantificação da necrose miocárdica. Essas informações, somadas à avaliação clínica, podem auxiliar o cardiologista na individualização de condutas e otimização do tratamento farmacológico.

Palavras Chave

Revascularização Miocárdica; Doença coronariana; Angina estável; insuficiência cardíaca mortalidade por insuficiência cardíaca

Área

Doença Coronária

Categoria

Médico Residente / Especializando

Instituições

Hospital Unimed Rio - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Camila Carmona Cardoso Facuri, Vinicius Henriques Silva, Lucas Arantes Vasconcelos, Karine Mendes Alves, Pedro Pimenta de Melo Spineti, Marco Antonio Mattos